O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, apresentou sua renúncia ao cargo nesta quarta-feira (4). A saída do chanceler, que liderava a pasta desde 2020, faz parte de uma reforma do governo ucraniano que começou na última terça-feira (3).
"A Verkhovna Rada da Ucrânia [parlamento] recebeu uma carta de demissão do Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, D. Kuleba. O pedido será considerado em uma das próximas reuniões plenárias", anunciou o chefe do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk.
Além de Kuleba, também deixaram o cargo as lideranças dos ministérios da Indústria Estratégica, da Justiça, da Ecologia e a chefe do Ministério para a "Reintegração dos territórios temporariamente ocupados" da Ucrânia. Na mesma terça-feira, o presidente Volodymyr Zelensky, demitiu o vice-chefe de seu gabinete, Rostislav Shurma.
Ao comentar as mudanças no governo, Zelensky não deu detalhes concretos sobre as renúncias e justificou as saídas de maneira vaga. "Hoje precisamos de nova energia, e estes passos estão relacionados com o fortalecimento do nosso país em diferentes direções", disse Zelensky.
"A política e a diplomacia internacionais não serão uma exceção. Hoje não posso prever o que exatamente este ou aquele ministro fará e responder se lhes serão oferecidos determinados cargos. É muito cedo para falar sobre isso hoje", acrescentou o presidente ucraniano.
Ao comentar a saída do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia do cargo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a mudança à frente da diplomacia ucraniana não altera as perspectivas de negociação e resolução do conflito entre os dois países. "Não, não terá nenhum efeito. Isso não tem nada a ver com as perspectivas do processo de negociação", disse Peskov.
A reformulação no gabinete do presidente Volodymyr Zelensky ocorre em um contexto de intensificação dos ataques da Rússia contra a Ucrânia após a intervenção das forças ucranianas na região russa de Kursk.
Na última terça-feira (3), Moscou realizou um grande bombardeio na cidade de Poltava, deixando mais de 50 pessoas mortas. Hoje, a Rússia voltou a atacar o país vizinho em um bombardeio à cidade de Lvov que matou ao menos sete pessoas.
Ao mesmo tempo, a resposta russa à incursão ucraniana em Kursk, iniciada em 6 de agosto, foi de aumentar a pressão sobre Donetsk, no leste da Ucrânia, onde Moscou fez avanços significativos e conseguiu minar redutos estratégicos importantes da Ucrânia em Donbass.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito