Meio ambiente

Incêndio que atingiu Floresta Nacional de Brasília foi o pior nos últimos 10 anos, diz ICMBio

Área queimada equivale à quase metade da Unidade de Conservação

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Ações se concentram em monitoramento e resfriamento de pontos quentes e na recuperação da fauna local - Foto: João Stangherlin/APA do Planalto Central

O incêndio que atingiu a Floresta Nacional de Brasília (Flona) foi o pior dos últimos 10 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O fogo foi controlado após cinco dias de combate, sendo declarado como extinto na última sexta-feira (7). Ao todo, a área queimada é de 2.586 hectares, equivalente a 45,85% da unidade de conservação federal.

As chamas começaram na última terça-feira (3), quando foram identificados dois focos de incêndio na área de conservação ambiental, localizada em Taguatinga (DF). No sábado (7), foram realizadas várias ações para combater o incêndio na Floresta Nacional.

Fábio Miranda, chefe da Flona, explica que, no momento, a equipe está concentrada em três linhas de ações: monitoramento de novos focos e o resfriamento de pontos quentes; desobstrução de vias e trilhas de circulação de carros, pedestres e bicicletas; e resgate e assistência à fauna.

Segundo ele, desde sábado, não há nenhum novo foco de incêndio na Floresta Nacional. "Ainda há alguns pequenos pontos isolados que estão queimando por baixo, algo que chamamos de incêndio de turfa. Ele entra no subsolo e fica queimado devagar porque tem pouco oxigênio. Nisso, temos que jogar água e monitorar, porque tem dois pontos delas, mas o pessoal está fazendo isso desde sábado", informa Miranda.

Segundo o ICMBio, ao todo, 104 árvores com risco iminente de queda foram cortadas e galhos foram removidos das vias para garantir a segurança e o acesso das equipes e um total de 16,9 km das vias foram desobstruídas até o momento.

Além disso, foram realizadas operações de monitoramento e resfriamento dos pontos quentes nas duas nascentes com uso de água. A situação continuou sendo monitorada, e a extinção do incêndio foi declarada ao final do sábado.

A operação é coordenada pelo ICMBio, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Jardim Botânico de Brasília, Zoológico de Brasília e Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).


Desde sábado não há nenhum novo foco de incêndio na Floresta Nacional / Foto: João Stangherlin/APA do Planalto Central

Resgate à fauna

As operações de resgate de fauna na Flona seguem com a mobilização de equipes do ICMBio, Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, Jardim Botânico de Brasília e a Fundação Zoológico de Brasília.

O principal objetivo da operação continua sendo a distribuição de alimentos e água para os animais nas áreas afetadas. Entre os itens distribuídos estão frutas e mix de sementes, colocados em pontos estratégicos para garantir a sobrevivência da fauna local. 

Os especialistas envolvidos observaram pegadas de diferentes espécies próximas aos pontos de comida e água deixados no dia anterior, indicando o sucesso da ação. 

O chefe da Flona reforça que a Operação Resgate à Fauna está recebendo doações de alimentos, sendo, basicamente, frutas e alguns vegetais para dar suporte. Ele ainda alerta que a unidade não recebe dinheiro, mas os donativos de alimentos podem ser entregues na sede da Floresta Nacional.

Incêndio criminoso

A suspeita é de que o incêndio seja criminoso. Segundo o ICMBio, três pessoas foram vistas no local, provavelmente envolvidas com o início do fogo. Foi instaurado inquérito policial na Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência da Polícia Federal no DF, em razão de se tratar de unidade de conservação federal.

Na última quinta-feira (5), a Polícia Federal (PF) deu início à perícia dos locais de início dos incêndios para dar seguimento à investigação. Miranda conta que, até o momento, não há novas informações sobre as investigações. "A PF fez as primeiras diligências, conversou com algumas pessoas, buscou imagens de satélite e fez a perícia no local. Porém, ainda não temos novas atualizações", explica. 

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Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino