ANÁLISE ELEITORAL

Agressão de Datena não deve ter efeito relevante no resultado das eleições, avalia sociólogo

Marcos Coimbra observou cenário eleitoral da capital paulista. Para ele, pesquisas não captam impacto dos indecisos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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José Luiz Datena dá uma cadeirada em Pablo Marçal durante debate na TV Cultura - Reprodução/TV Cultura

Uma pesquisa Realtime Big Data, divulgada nesta segunda-feira (16/09) revela um empate técnico entre os candidatos Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (Psol), e Pablo Marçal (PRTB). O atual prefeito da cidade, Nunes, lidera com 24% das intenções de voto, seguido por Boulos e Marçal, ambos com 22%. A margem de erro é de três pontos percentuais. Em comparação com a pesquisa anterior do mesmo instituto, divulgada em 3 de setembro, os três candidatos apresentaram um leve crescimento. Marçal tinha 21%, enquanto Boulos e Nunes tinham 20%. 

Agora, o cenário permanece equilibrado, reforçando a imprevisibilidade da corrida eleitoral. Sobre o assunto e também sobre como a agressão física de Datena a Marçal durante debate da TV Cultura pode influenciar o cenário eleitoral em São Paulo, o programa Central do Brasil desta segunda-feira (16) conversou com o sociólogo Marcos Coimbra.

Na visão de Coimbra o ocorrido no debate na noite do domingo (15) não deve impactar na decisão do eleitor. “Eu acho que não tem um efeito relevante. Tem um choque em todo mundo, porque é normal, mas não afeta de maneira relevante a eleição. Marçal percebeu que existe um vazio no eleitorado que não está satisfeito com o que o sistema político está oferecendo e que está pensando em votar numa hipótese improbabilíssima de alguém como ele se tornar um bom prefeito”, disse. “Talvez a Tabata possa se beneficiar de uma eventual desistência do Datena”, analisou o sociólogo. 

De acordo com ele, as pesquisas eleitorais não captam o impacto dos eleitores indecisos sobre os resultados. “Estamos vendo há muito tempo nas eleições brasileiras que uma parte muito grande do eleitorado decide na véspera, na antevéspera. Ninguém sabe exatamente o que ela vai fazer. Nós vimos na eleição passada, presidencial, que muita gente deixou para resolver mesmo no final. São várias as eleições em que o resultado final não é corretamente detectado pelas pesquisas de intenção de voto, simplesmente porque não há ainda intenção de voto. As pessoas reagem à pergunta do entrevistador, de uma forma não comprometida com a resposta que dão".

A entrevista completa, feita pelo apresentador Kaique Santos, está disponível na edição desta segunda-feira (16) do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.



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