O estado de São Paulo bateu recorde de incêndios em 2024, com 7.296 registros de janeiro até o dia 20 de setembro, de acordo com dados o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Até então, o ano com recorde de incêndios era 2010, quando foram registrados 7.291 focos. Os dados correspondem à análise histórica do Inpe, que teve início em 1998.
Foram notificados 171 incêndios florestais no estado e 4.489 ocorrências de uso de fogo em áreas de pastagem sem autorização.
Dos 645 municípios paulistas, 405 tiveram pelo menos um foco de incêndio em setembro, de acordo com os dados do Inpe, com destaque para as áreas de agropecuária. Até agosto, 236 mil hectares de área de cana-de-açúcar queimaram no estado, segundo a plataforma Mapbiomas.
Altinópolis, a 346 km da capital, foi o recordista, com 125 casos. O município tem uma área de mais de 64 mil hectares destinada à agropecuária, o que corresponde a 68,97% do território. Desses, 23.980 hectares são lavouras de cana-de-açúcar e 2.462 hectares são pastagens.
Depois de Altinópolis ficaram São Carlos, com 93 focos de incêndio, onde mais de 68% do território é destinado à agropecuária; Pitangueiras, com 90% do território ocupado por áreas de pastagem e lavouras; e Andradina e Olímpia, ambas com 70 focos de incêndio e, respectivamente, 88,55% e 85,67% do território ocupado por atividades agropecuárias.
Juntos, esses cinco municípios somam uma área total de 179.503 hectares de cultivo de cana-de-açúcar. Em contrapartida, a área total de florestas nessas localidades é de apenas 66.339 hectares, com destaque para Pitangueiras, onde a cobertura florestal corresponde a apenas 3,34% do território. Os dados são de 2023 e foram extraídos da plataforma Mapbiomas.
Ao todo, 14 municípios do estado tiveram mais de 50 focos no período. E em 41 localidades houve mais de 31 ocorrências, ou pelo menos uma por dia. A capital paulista, assim como Guarulhos, teve três focos cada uma.
Edição: Nathallia Fonseca
