O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou nesta terça-feira (24) que o fim do guerra com a Rússia está mais próximo do que muitos acreditam. Ao mesmo tempo, ele destacou que negociações de paz ainda não começaram e apelou aos aliados ocidentais por mais ajuda militar.
O líder ucraniano está em visita aos EUA, em Nova York, onde discursará na Assembleia Geral da ONU, na quarta-feira (25). A expectativa é que Zelensky aproveite a viagem para apresentar ao presidente Joe Biden o seu plano para a resolução do conflito com a Rússia, intitulado por ele de "plano da vitória".
"O plano para a vitória é o fortalecimento da Ucrânia. Por isso pedimos aos nossos amigos, nossos aliados, que nos fortaleçam. Isto é muito importante. Acho que estamos mais perto da paz do que pensamos. Estamos mais perto de acabar com a guerra. Só temos que ser muito fortes", disse Zelensky.
O presidente da Ucrânia também deve apresentar o seu plano aos membros do Congresso e aos candidatos presidenciais Kamala Harris e Donald Trump. Detalhes do "plano da vitória" de Zelensky ainda não foram divulgados.
De acordo com uma publicação da ABC News, citando fontes próximas ao presidente ucraniano, o plano de Zelensky consiste em cinco pontos e se baseia em números e volumes específicos de assistência militar à Ucrânia, bem como em certas medidas diplomáticas e políticas. De acordo com as fontes, o plano não inclui nenhuma proposta de concessão à Rússia, mas visa forçar o Kremlin a cessar as hostilidades.
Reação do Kremlin
Ao comentar as declarações do presidente ucraniano sobre a "guerra estar mais perto do fim", o Kremlin afirmou que o conflito só irá terminar com os objetivos da "operação militar especial" russa alcançados. O termo é um eufemismo usado pelos russos para o conflito.
"Vocês sabem que qualquer guerra, de uma forma ou de outra, termina em paz. Mas para nós não há absolutamente nenhuma alternativa para alcançar os nossos objetivos. Assim que estes objetivos forem alcançados de uma forma ou de outra, a operação militar especial estará concluída", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas.
A viagem de Zelensky acontece em meio à discussão sobre a possibilidade dos EUA e os seus parceiros autorizarem a Ucrânia a realizar ataques com armas ocidentais de longo alcance em território russo. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que tal decisão implicaria em uma participação direta da Otan na guerra com a Rússia.
Edição: Rodrigo Durão Coelho