A brasileira de 16 anos Myrna Raef Nasser morreu durante um bombardeiro no Líbano que também vitimou seu pai. A informação foi confirmada à Globonews pelo tio dela, que mora em Balneário Camboriú, cidade do Litoral Norte de Santa Catarina, onde Myrna nasceu.
Segundo o relato do tio, a família foi atingida por ataques de Israel quando voltaram para recolher roupas e materiais escolares da casa onde viviam e que precisou ser abandonada diante dos ataques.
O Itamaraty ainda não se manifestou sobre a morte de Myrna. Na quarta-feira (25), o órgão diplomático brasileiro havia confirmado a morte de um adolescente brasileiro no Líbano, vítima de um bombardeio israelense. O Itamaraty disse que o pai dele, de nacionalidade paraguaia, também foi morto no ataque ocorrido no Vale do Becaa, leste do país.
Os bombardeios israelenses mataram mais de 600 pessoas desde segunda-feira, incluindo muitos civis, e forçaram 90 mil a fugir das suas casas no Líbano, segundo a ONU. Entre elas, mais de 31 mil entraram na Síria, de acordo com as autoridades libanesas.
Desde que começou a guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento palestino Hamas, em 7 de outubro de 2023, pelo menos 1.540 pessoas morreram no Líbano devido aos bombardeios israelenses, no contexto dos confrontos transfronteiriços com o Hezbollah, aliado do Hamas.
Israel começou a atacar o Líbano na semana passada, quando ocorreram centenas de explosões de pagers e walk talkies, tecnologias obsoletas escolhidas justamente para evitar interceptações. Dezenas morreram e milhares ficaram feridos nas explosões ocorridas por todo o país.
O governo israelense diz que uma nova guerra é necessária para permitir que seus cidadãos voltem para o norte de Israel, quase um ano após muitos deles terem deixado suas casas após retaliações do Hezbollah em solidariedade aos palestinos massacrados em Gaza. O Hezbollah é aliado do Hamas e vem lançando foguetes do Líbano em direção ao norte de Israel desde outubro.
O Irã, patrocinador do Hezbollah, disse, nesta quarta, que o Oriente Médio enfrenta uma "catástrofe em grande escala" e advertiu que Teerã apoiará o Líbano "por todos os meios" caso Israel intensifique sua ofensiva contra o Hezbollah.
"A região está à beira de uma catástrofe em grande escala. Se não for controlada, o mundo enfrentará consequências catastróficas", declarou o chefe da diplomacia iraniana na Organização das Nações Unidas (ONU), acrescentando que seu país "apoia o povo do Líbano por todos os meios", disse o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi.
Edição: Leandro Melito