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Filme do Brasil de Fato sobre cacau do MST é exibido em festival no México e irá compor grade de TVs do país

Terra Vista aborda a luta de um assentamento do MST no sul da Bahia para reflorestar antiga fazenda abandonada

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Assentamento Terra Vista foi a primeira área conquistada pelo MST na região cacaueira da Bahia - Assentamento Terra Vista/Divulgação

O documentário Terra Vista, produzido pelo Brasil de Fato em parceria com a Universidade da Califórnia, Santa Barbara (UCS), estreou nesta quarta-feira (25), no oitavo Encontro Hispano Americano de Cine e Vídeo Documental Independente: Contra el Silencio Todas las Voces. O evento acontece de 20 a 28 de setembro de 2024 em diferentes cidades mexicanas. 

Na Cidade do México, o filme foi exibido no Faro Cosmos e na Cineteca de Las Artes, nesta quarta-feira (24), e nesta quinta (26), estará nas telas da Cineteca de Las Artes, em Chiapas, estado marcado pela luta zapatista pela libertação.

O filme do Brasil de Fato foi selecionado na categoria Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de 9 categorias distintas. Acesse a programação completa aqui: www.contraelsilencioprogramacion.org/

 

Como parte da seleção, até 20 de setembro de 2026, Terra Vista estará presente na grade de programação dos seguintes canais públicos e universitários do México: Canal 11, Canal 14, Canal 21, Canal 22 e a TV Unam.

O Encuentro Hispanoamericano de Cine y Video Documental Independiente: Contra el Silencio Todas las Voces é um espaço para viajar por várias realidades e estéticas do México e da América Latina.

O festival teve sua primeira edição no ano de 2000, quando praticamente os únicos festivais de cinema que existiam no México eram o de Guadalajara (1986) e o Guanajuato (1998). Em geral, na América Latina, a situação não era muito diferente: poucos espaços divulgaram e deram reconhecimento ao documentário social. 

Exibições 

Além da estreia no Festival Contra el Silencio Todas las Voces, Terra Vista acumula outras exibições e participações em festivais, conferências e eventos acadêmicos.

Em outubro de 2023, o filme foi exibido pela primeira vez na programação da Conferência Internacional Dilemas da Humanidade, em Joanesburgo, África do Sul, na presença de mais de 140 organizações populares, sindicatos e partidos políticos de 70 países.

O documentário também esteve na programação da conferência “O Futuro da Amazônia: Uma Nova Era de Ativismo Indígena, Modelos Ambientais Pós-Carbono e Parcerias Latino-Americanas com a China e o Sul Global”, que ocorreu no mesmo mês na Universidade da Califórina (UCS), em Santa Barbara, Estados Unidos.

No circuito de festivais, além da seleção no festival mexicano, Terra Vista foi exibido na 2ª Mostra “Eu Mais Velha”, que ocorreu em maio de 2024, em São José dos Campos (SP). Em novembro, estará na programação do 11º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental, em Penedo (AL)

O filme também percorreu salas de aula de universidades públicas brasileiras, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Sobre Terra Vista

Com direção do repórter do Brasil de Fato Pedro Stropasolas e de Noa Cykman, pesquisadora da Universidade da Califórnia, Santa Barbara (UCSB), o documentário Terra Vista retrata a trajetória de camponeses do Assentamento Terra Vista, do Movimento Sem Terra (MST), em Arataca (BA), para reflorestar uma antiga fazenda degradada e, por meio da agroecologia, tornarem-se uma alternativa ao modelo hegemônico de produção de cacau no Brasil

Hoje, um total de 55 famílias assentadas em 904 hectares estão envolvidas na produção de cacau e chocolate, destacando-se pela cadeia produtiva limpa, bem como pela abordagem agroflorestal e pela preservação ecológica. Desde 2000 até hoje, a comunidade recuperou 92% da mata ciliar do Rio Aliança e 80% de suas nascentes.

O filme traz entrevistas inéditas com assentadas e assentados, incluindo alguns de seus primeiros integrantes, e retrata como o processo de transição agroecológica começou e continua até hoje. As trajetórias e reflexões dos membros da comunidade expõem uma agenda operante que funde justiça social, soberania alimentar e restauração ecológica.

Edição: Nathallia Fonseca