devastação

Ibama multa dois fazendeiros em R$ 100 milhões por maior incêndio em uma única fazenda no Pantanal; área está embargada

Fogo devastou extensão de terra maior que duas cidades de São Paulo e atingiu outras 135 propriedades

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Equipes do Prevfogo, do Ibama, levaram mais de 100 dias para conter as chamas na área afetada - Augusto Dauster - Prevfogo/Ibama

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) aplicou duas multas com valor total de R$ 100 milhões para dois acusados de incendiar uma área de aproximadamente 339 mil hectares no município de Corumbá (MS).

As multas, no valor de R$ 50 milhões cada, estão em nome de Ademir Aparecido de Jesus e Luiz Gustavo Battaglin Maciel, este último conhecido por ser o advogado de Fernandinho Beira-Mar. Ambos estão relacionados, no sistema do instituto, a propriedades rurais da região. Jesus aparece como proprietário da fazenda Vitória e Maciel, da fazenda Astúrias. Os dados divulgados, no entanto, não permitem identificar em qual delas o incêndio começou. 

De acordo com informações do Ibama, a área consumida pelo fogo é equivalente a mais de duas vezes o território da cidade de São Paulo. Essa é a maior área já devastada por incêndio provocado em uma única fazenda este ano no Pantanal. O fogo atingiu outras 135 propriedades rurais. 

Ainda de acordo com informações do Ibama, o incêndio foi registrado no mês de junho e teve início em vegetação nativa típica do Pantanal. Devido às condições climáticas da região, as chamas levaram 110 dias para serem controladas pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto, em conjunto com as demais instituições envolvidas no combate às chamas.  

"Após mais de 20 dias de investigação e a constatação dos ilícitos ambientais, os dois responsáveis foram identificados e multados por danificar vegetação nativa do Pantanal com uso de fogo sem autorização do órgão ambiental competente", informa o Ibama em nota enviada à imprensa. 
 
Toda a área incendiada foi embargada para permitir sua regeneração. Além dos danos ambientais, a fumaça gerada contribuiu para o aumento da poluição do ar em grande parte das cidades brasileiras.  

Edição: Thalita Pires