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Seca extrema deixa energia elétrica mais cara no Brasil

Mudança passa a valer a partir deste mês de outubro frente a escassez de chuvas e o baixo nível dos reservatórios

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Sem chuva, hidrelétricas brasileiras não conseguem produzir o necessário para abastecer o país - WikiCommons

A partir desta terça-feira (1) a energia elétrica estará mais cara no Brasil. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a vigência da bandeira tarifária vermelha com início no mês de outubro. 

Diretamente impactado pela seca histórica que atinge o território nacional, o cenário leva em consideração cálculos do chamado Generation Scaling Factor (GSF), que em tradução para o português significa Fator de Escala de Geração. 

Essa medida de risco aponta a situação hidrológica do setor elétrico. Ela é calculada mensalmente a partir das possibilidades de volume de energia produzida e da capacidade de geração mínima atribuída a cada usina.

O regime de chuvas no Brasil é diretamente influenciado pela região amazônica. A derrubada da floresta e as queimadas abrem espaço para temporadas cada vez mais secas. Quando chove pouco, a capacidade de geração das hidrelétricas diminui e não alcança o necessário para abastecer o território nacional.  

A decisão da Aneel também considera a alta do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), valor usado para determinar a diferença entre a energia elétrica gerada e contratada e a efetivamente consumida.  

Esse índice também sofre forte influência da escassez hídrica. O PLD é essencial para a valoração dos volumes de energia liquidados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entidade que viabiliza a comercialização de energia no Brasil 

Somente este ano, a Agência Nacional de Águas (Ana) declarou situação crítica quatro vezes. Na lista de seca extrema estão a Região Hidrográfica do Paraguai, os rios Madeira, Purus e seus afluentes, Acre e Laco, o Tapajós e o Xingu. 

Entenda as bandeiras 

Implementado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias indica quanto será cobrado a mais pela luz a depender das condições de geração. Isso quer dizer que os preços aumentam caso as hidrelétricas não consigam chegar à produção normal. 

Na bandeira verde, em cenários favoráveis, não há acréscimo. Se houver dificuldades, o país entra nas modalidades amarela e vermelha. A decisão que começa a valer neste mês precifica em R$ 7,877 cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
 

Edição: Nathallia Fonseca