O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, defendeu nesta sexta-feira (4) a ação com mísseis de seu país contra Israel e prometeu que seus aliados no Oriente Médio seguirão lutando.
Pronunciado em árabe e não em persa - idioma mais falado no Irã - esse foi o primeiro discurso do líder após o ataque e ocorre dias antes do genocídio em Gaza completar um ano na próxima segunda-feira (07).
"A resistência na região não retrocederá ante esses martírios e vencerá", acrescentou, referência aos assassinatos de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. morto em 27 de setembro em um bombardeio israelense perto de Beirute, e de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, em um ataque atribuído a Israel em 31 de julho em Teerã.
Israel "não consegue prejudicar seriamente" o Hezbollah e o Hamas, afirmou, destacando que a luta do Hezbollah é um "serviço vital para toda a região".
Na terça-feira, o Irã lançou 200 mísseis contra o território israelense, uma resposta pela morte de Nasrallah e Haniyeh. Segundo a agência AFP, uma fonte próxima ao Hezbollah disse que Nasrallah foi enterrado "provisoriamente" em um local secreto por temor que seus funerais sejam alvo de outro ataque de Israel.
"A operação de nossas forças armadas há alguns dias foi totalmente legítima", declarou o aiatolá, indicando que foi "a menor" das represálias.
Tanto a França como os Estados Unidos, juntamente com outros países árabes e ocidentais, apelaram em setembro a um cessar-fogo imediato de 21 dias entre Israel e o Hezbollah, a fim de "dar uma oportunidade à diplomacia". Israel ignorou a iniciativa e intensificou os bombardeios contra o país vizinho.
Conselho de Segurança apoia Guterres
O Conselho de Segurança da ONU expressou nesta quinta-feira (4) apoio total ao secretário-geral da organização, António Guterres, declarado na véspera persona non grata por Israel, por não ter condenado imediatamente os ataques do Irã ao país na última terça-feira.
Sem mencionar Israel, os cinco membros permanentes do Conselho e os dez não permanentes sublinharam "a necessidade de todos os Estados membros da ONU terem uma relação produtiva e funcional com o secretário-geral, e de se absterem de qualquer ação que prejudique o seu trabalho e o de suas dependências".
*Com AFP e Al Jazeera
Edição: Leandro Melito