Com 92,98% das urnas apuradas, Arthur Henrique (MDB) foi reeleito para comandar a prefeitura de Boa Vista (RR) neste domingo (6). Ele teve 75,22% dos votos e não pode mais ser alcançado. Catarina Guerra (União Brasil) ficou em segundo lugar, com 22,73%.
As candidaturas de esquerda não tiveram expressão no pleito da capital roraimense: Mauro Makashima (PV) teve 1,17% e Lincoln Freire (Psol), 0,85%.
O MDB aglutinou PL, DC, e Federação PSDB Cidadania na Coligação Boa Vista para Todos. Já o União Brasil reuniu PDT, Republicanos, Novo, PSD, PP e Avante.
Quem é Arthur Henrique
O boa-vistense Arthur Henrique, de 43 anos, cursou Engenharia Elétrica na Universidade de São Paulo (USP), mas não se formou. Fez carreira no setor de tecnologia até 2012. Entre 2013 e 2016, foi secretário de Inclusão Digital de Boa Vista. Na gestão anterior a dele na prefeitura, em 2017, Arthur Henrique foi vice-prefeito no governo de Tereza Surita (MDB), primeiro cargo político dele. Em 2019, ele assumiu a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Na disputa com Ottaci (Solidariedade), foi eleito prefeito em 2020 com mais de 85% dos votos válidos no segundo turno.
Desafios na fronteira
Com pouco menos de 500 mil habitantes, Boa Vista tem sido afetada pelo intenso fluxo migratório da Venezuela. A capital do estado e o município de Pacaraima são a principal porta de entrada no Brasil. Entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2024, mais de 1 milhão de venezuelanos cruzaram a fronteira. Desse total, cerca de 550 mil permaneceram no país, conforme dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), da Organização das Nações Unidas (ONU).
A situação é um desafio que se recoloca para o prefeito então reeleito. Em Boa Vista, segundo relatório de setembro da OIM, em agosto de 2024, 1.356 venezuelanos estavam fora de abrigos, sendo que 181 estavam nas ruas. Dos que se encontram em situação de rua, 47 são menores de 18 anos.
Sobre o processo eleitoral na Venezuela, Arthur Henrique levantou dúvidas sobre o resultado nas urnas e pediu revisão dos votos. Ele disse temer aumento do fluxo migratório com a instabilidade política no país vizinho.
Edição: Thalita Pires
