Em primeiro discurso após o fim do primeiro turno, o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) desenhou o que serão as próximas três semanas antes do segundo turno, no dia 27 de outubro. O candidato do Psol enfrentará o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que teve 29,48% dos votos. Boulos teve 29,07%.
À imprensa, o psolista afirmou que irá dialogar com todos os eleitores da cidade e se contrapôs ao prefeito. "Eu quero também dialogar com aqueles e com aquelas que não votaram na gente no primeiro. Se você acha que São Paulo está uma cidade segura, que São Paulo está bem no SUS, sem fila na saúde, que os ônibus não estão lotados, você concorda com o nosso adversário. Mas se você quer mudar, melhorar a segurança, melhorar a saúde, melhorar o transporte, você vem comigo e com a Marta. É isso que vai estar em jogo", disse Boulos.
O candidato também fez questão de citar sua candidata à vice, Marta Suplicy (PT), no discurso. "São Paulo é uma cidade potente. É a cidade mais rica do Brasil e da América Latina. A nossa missão é fazer com que essa riqueza de São Paulo chegue para todos. Foram as periferias da cidade que nos levaram, eu e a Marta. A Marta que fez os CEU's, a Marta que fez o Bilhete Único e que hoje a nossa missão é apresentar um projeto de justiça social, de uma cidade mais humana, de uma cidade que seja para todos", afirmou.
Outro ponto de destaque foi o direcionamento do discurso para os eleitores da região central de São Paulo, onde o candidato teve menos votos. "Eu quero falar também com você que não mora na periferia de São Paulo e pedir para que ponha a mão na consciência para termos uma cidade mais justa, mais igual, uma cidade mais civilizada, uma cidade para combater as desigualdades", disse.
Boulos aproveitou para tocar numa das feridas de Nunes. O candidato falou sobre o boletim de ocorrência registrado por Regina Carnovale Nunes contra o marido, o emedebista, por violência doméstica, ameaça e injúria, em fevereiro de 2011. "Do lado de lá, nós temos alguém com a trajetória muito suspeita, que eu tenho certeza de que nos debates desse segundo turno vai ter muita dificuldade para dizer o que fez nos verões passados. Alguém que botou o crime organizado no comando da prefeitura de São Paulo, nos contratos da prefeitura de São Paulo. Alguém que tem, inclusive, que responder por boletim de ocorrência de violência contra a mulher. É isso que está em jogo aqui", disse.
E continuou: "Nesse segundo turno também vai estar em jogo uma escolha. Do lado de lá, nós temos o candidato apoiado pelo Bolsonaro. Um candidato que acredita que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia. Um candidato que agora no primeiro turno se colocou contra a vacina, um candidato que acredita que o 8 de janeiro foi apenas um encontro de senhoras e não uma tentativa de golpe", afirmou.
"Do lado de cá, nós temos o time que ajudou a resguardar a democracia no Brasil. Nós temos o presidente Lula, nós temos o vice Alckmin. Nós temos a ministra Marina Silva e todos aqueles que há dois anos se juntaram para vencermos a eleição aqui na cidade de São Paulo para que o nosso país se livrasse do autoritarismo. Do lado de lá, nós temos um coronel da Rota, que acredita que as pessoas têm que tratadas de modo diferente entre quem mora nos Jardins e quem mora na periferia", concluiu o candidato.
Edição: Nathallia Fonseca