Guerra

Rússia anuncia retomada de dois assentamentos em região ocupada por tropas da Ucrânia

Intervenção ucraniana na região dura mais de 2 meses; dezenas de assentamentos russos ainda estão sob controle de Kiev

Brasil de Fato | São Petersburgo (Rússia) |
Imagem de tanque russo destruído fora da cidade russa de Sudzha, na região de Kursk, em meio à incursão ucraniana no território russo, em 16 de agosto de 2024 - Yan Dobronosov/AFP

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quarta-feira (9) que as forças do país retomaram o controle de dois assentamentos na região de Kursk, forçando a retirada das Forças Armadas da Ucrânia dos territórios russos de Novaya Sorochina e Pokrovsky.

De acordo com a pasta, as unidades militares russas também derrotaram formações de nove brigadas ucranianas nas áreas dos assentamentos de Darino, Lyubimovka, Novy Put e Plekhovo, na região de Kursk. O ministério afirmou que as perdas de tropas ucranianas na direção de Kursk totalizaram mais de 100 pessoas durante o dia no âmbito da operação de contraofensiva da Rússia.

"No total, durante os combates na direção de Kursk, o inimigo perdeu mais de 21.350 militares", informou o Ministério da Defesa em comunicado.

O anúncio acontece após dois meses após o início dos combates nas zonas fronteiriças da região de Kursk, em 6 de agosto, quando a Ucrânia iniciou uma incursão sem precedentes no território russo, assumindo o controle de dezenas de assentamentos. A operação foi tratada como a maior incursão militar de um exército regular em território russo desde a Segunda Guerra Mundial. 

Em resposta, a Rússia anunciou um regime de "operações antiterroristas" para garantir a segurança dos cidadãos nas regiões de Kursk, Belgorod e Bryansk. 

O Ministério da Defesa informou também que as operações de combate também geraram sérias perdas de equipamento militar para a Ucrânia, incluindo 136 tanques, 66 veículos de combate de infantaria, 98 veículos blindados de transporte de pessoal, 891 veículos blindados de combate, 589 veículos, 177 peças de artilharia, entre outros. 

Após os primeiros êxitos da intervenção em Kursk, o avanço das forças ucranianas em território russo diminuiu e a região passou a ser palco de combates mais lentos, com ambos os exércitos tendo ganhos ou perdas de território localizados. 

Paralelamente, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que o sistema de defesa aérea do país abateu 47 drones ucranianos na madrugada desta quarta-feira, incluindo 24 na região de Bryansk, que fica próxima a Kursk e Belgarod, fronteiriças à Ucrânia. 

Foi anunciada uma "situação de emergência" por conta de explosões de "objetos explosivos" que ocorreram no distrito de Karachevsky, na região de Bryansk, 

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, por sua vez, declarou que os militares ucranianos atacaram o arsenal de mísseis e artilharia do Ministério da Defesa russo na região de Bryansk.

Zelensky: guerra pode acabar 'no mais tarde em 2025'

Em visita à Croácia nesta quarta-feira (8), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a situação no campo de batalha pode fazer com que a guerra acabe "no mais tardar em 2025". 

"Em outubro, novembro e dezembro temos a oportunidade de fazer avançar a situação no sentido da paz e da estabilidade duradoura. A situação no campo de batalha cria a oportunidade de fazer esta escolha - uma escolha por uma ação decisiva para acabar com a guerra o mais tardar em 2025", disse o presidente ucraniano durante a cúpula Ucrânia-Sudeste Europeu, em Dubrovnik.

Durante a cúpula, a Ucrânia e a Croácia celebraram um acordo de apoio e cooperação de longo prazo, que foi assinado por Zelensky e pelo primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic.

Edição: Lucas Estanislau