Emergência climática

Campanha 'Vote pelo Clima' tem 135 das candidaturas que indicou eleitas em 78 cidades

O número é o maior desde que a plataforma da ONG Nossas e do Instituto Clima de Eleição foi criada, em 2020

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Manifestações por justiça climática aconteceram na avenida Paulista semanas antes do primeiro turno - Lucas Weber / Brasil de Fato

A campanha Vote pelo Clima, que reúne cerca de 80 organizações em torno de candidaturas comprometidas com o enfrentamento da emergência climática, teve 135 dos nomes que indicou eleitos em 78 cidades no pleito de 2024. O número de eleitos é cinco vezes maior do que o de 2020, ano em que a campanha foi lançada.  

Há, ainda, quatro candidatos a prefeito que foram para o segundo turno e outras 397 pessoas que ficaram na suplência das Câmaras de Vereadores. 

A plataforma Vote pelo Clima, que atua na eleição pela terceira vez, é coordenada pela Organização Não Governamental (ONG) Nossas e pelo Instituto Clima de Eleição. Fazem parte, como assinantes da iniciativa, entidades como Observatório do Clima, Instituto Marielle Franco, Greenpeace, Geledés e Instituto Pólis.  

De acordo com o próprio site, "a plataforma joga um duplo papel: comprometer candidaturas com a agenda de enfrentamento da crise climática e mobilizar o público eleitor para que tenha a pauta como prioridade na hora de decidir seu voto". 

Sudeste tem maioria de candidaturas eleitas 

Com 75 candidaturas eleitas, o Sudeste é a região do país que lidera o ranking da plataforma. Em seguida, vem o Sul, com 29, e o Centro-Oeste, com 12. No Nordeste foram 14 e no Norte, cinco. 

"O sucesso da iniciativa vai além dos números, e alcança o potencial de mobilização social em torno da pauta climática. Ao todo, este ciclo de campanha triplicou o número de candidaturas mobilizadas: de 401 em 2020 para 1.591 em 2024", declarou em nota a coordenação da Vote pelo Clima. 

"O número reduzido de candidaturas à Prefeitura e de candidaturas legislativas eleitas na região Norte revela que ainda há entraves e que, apesar dos avanços, a política brasileira ainda não está à altura do enfrentamento à crise climática", acrescenta a nota. 

"As mudanças climáticas são o maior desafio do nosso tempo", caracteriza Lucas Louback, gestor de campanhas nacionais do Nossas. "A gravidade, somada à negligência da pauta por parte das lideranças políticas, fez com que nossa campanha chegasse com força em todos os estados e na opinião pública. Nossa expectativa é que o clima se torne uma questão central não só das campanhas, mas de toda a agenda da política brasileira", defende.  

Já Sarah Darcie, coordenadora de advocacy do Clima de Eleição, salienta que por meio da Mandato-C, uma rede de parlamentares pelo clima, as organizações pretendem atuar com monitoramento e capacitação junto com as pessoas eleitas.  

Edição: Martina Medina