O candidato Guilherme Boulos (Psol) afirmou nesta segunda-feira (14), na chegada ao debate da Band, que cerca de 500 mil pessoas não poderão assistir ao evento, por causa de "uma empresa privatizada que presta um seguro horroroso e um prefeito omisso que não assume as suas responsabilidades, que não faz a lição de casa".
A fala é uma referência ao apagão que atinge a cidade de São Paulo desde a noite da última sexta-feira (11). Até o fechamento deste texto, cerca de 500 mil residências ainda estavam sem luz devido ao temporal que atingiu a estrutura da Enel, responsável pelo fornecimento de energia no município.
O deputado federal destacou que o atual diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 e segue no cargo até o fim deste ano. A autarquia é responsável pelos contratos com as concessionárias de energia.
"As pessoas precisam assumir as suas responsabilidades, ainda mais quando são gestores públicos. Ele quer enganar as pessoas. A responsabilidade pela fiscalização é da Arsesp [Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo] do governo Tarcísio. A responsabilidade pela poda de árvores é da prefeitura. A Aneel tem um presidente indicado pelo Bolsonaro. O Lula tem que vir podar árvore em São Paulo? É isso que ele está sugerindo? O governo federal não é o ente responsável para tratar disso, mas está fazendo o que pode diante de um prefeito omisso", disse Boulos.
Também na chegada ao debate, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) repetiu a estratégia de culpar o governo federal pela situação. "A concessão e fiscalização da Enel é do governo federal. A cidade precisa saber de quem é a omissão. Discutir esse tema é fundamental. Fica a minha solidariedade com essas pessoas. O governo federal foi omisso, e a população tem que saber disso", afirmou Nunes.
"Não queremos desculpa nem inércia. Eu já entrei com mais um reforço na Justiça. PGM ingressou com mais um pedido de ação contra a Enel. Já venho cobrando os Sandoval [Sandoval de Araujo Feitosa Neto, diretor-geral da Aneel] há muito tempo. Não dá para ficar com essa empresa, e ele me garantiu que terá uma posição mais contundente contra a Enel", disse Nunes.
Edição: Nicolau Soares