descaso

Mais de meio milhão de clientes da Enel seguem sem luz em São Paulo no 3º dia de apagão; 354 mil estão na capital

Balanço foi divulgado pela empresa na manhã desta segunda (14); mais de 2 milhões de domicílios foram afetados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A avenida do Cursino, na zona sul da capital, continuava sem iluminação pública na noite deste domingo (13) - Paulo Pinto/Agência Brasil

A Enel, empresa concessionária do setor de distribuição de energia em São Paulo, divulgou na manhã desta segunda-feira (14) um balanço sobre o apagão na região metropolitana da capital. Cerca de 530 mil clientes seguem sem energia, 354 mil deles na cidade de São Paulo. Outros municípios atingidos são Cotia, com 36,9 mil residências sem energia; Taboão da Serra, com 32,7 mil; e São Bernardo do Campo, com 28,1 mil instalações sem atendimento.

Os transtornos à população paulista começaram na sexta-feira (11), quando um temporal de cerca de 30 minutos atingiu o estado. Cerca de 2,1 milhões de residências ficaram sem fornecimento de energia na ocasião.

Em nota divulgada no sábado (12), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intimou a Enel a prestar esclarecimentos sobre o ocorrido e levantou a hipótese de recomendar o fim da concessão da empresa.

Já no domingo (13), após reunião com representantes da Enel, da agência federal e da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), a Aneel classificou como "abaixo do esperado" a atuação da empresa para o restabelecimento do abastecimento de energia na região metropolitana.

A agência apontou a demora da Enel em chegar aos 2,5 mil agentes em campo para os reparos necessários, número previsto em plano de contingência da empresa. Até domingo, eram 1,7 mil agentes em campo. 

A Aneel comparou ainda a resposta da Enel ao apagão ocorrido em novembro de 2023. "A retomada está, quando comparamos com o evento do ano passado, não está tão eficiente quanto esperávamos", disse diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa Neto.

A reunião entre as agências reguladoras e a Enel aconteceu em meio a uma troca de críticas entre Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, e Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia. No sábado, Nunes chegou a criticar o governo federal, dizendo que havia "descaso" com a população de São Paulo. Após receber pesadas críticas por sua atuação para a contenção da crise, Nunes afirmou em seu perfil no X/Twitter, no domingo, que Silveira teria conversado sobre a renovação dos contratos da Enel no Brasil com o diretor da empresa na Itália. 

Em resposta, na mesma rede social, Silveira acusou Nunes de buscar a herança dos votos de Pablo Marçal com acusações contra o governo federal. O ministro afirmou que participou de fórum de debates na Itália "com a presença de vários empresários e autoridades brasileiras e italianas" e que "não houve qualquer discussão sobre a renovação da concessão da Enel". "Isso não está na mesa, pois o contrato, que os aliados do prefeito assinaram, vai até 2028". 

Edição: Geisa Marques