apagão da Enel

Cerca de 100 mil imóveis ainda estão sem luz cinco dias após temporal que atingiu São Paulo

Mais de 2,1 milhões de endereços chegaram sem energia desde a sexta-feira (11)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Em nota, a concessionária afirmou que atua para o restabelecimento da energia - Paulo Pinto / Agência Brasil

Cerca de 100 mil imóveis continuavam sem luz na manhã desta quarta-feira (16), de acordo com um comunicado das 6h30 divulgado pela Enel, responsável pela distribuição da energia na região metropolitana de São Paulo (SP).  

O temporal que atingiu a região na noite da última sexta-feira (11), com ventos de até 100 quilômetros por hora, atingiu áreas da empresa e chegou a deixar 2,1 milhões de endereços sem energia. Dos 100 mil imóveis que continuam sem luz, 7,6 mil se referem a ocorrências registradas na sexta-feira e no sábado, após o evento climático. 

Em nota, a concessionária afirmou que atua para o restabelecimento da energia com o auxílio de equipes da empresa que ficam no Rio de Janeiro e no Ceará, além de funcionários de outras empresas que se somam à operação. 

Para esta semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de risco de nova tempestade com “perigo potencial” para chuva e vendaval no interior paulista, com foco nas regiões de Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Bauru. A expectativa é de "chuva entre 20 e 30 milímetros por hora ou até 50 milímetros por dia, ventos intensos (de 40 a 60 km/h), e queda de granizo" para esta quarta-feira (16). Na capital, a previsão é de chuva no sábado (19), mas sem alerta de risco climático. 

Tema de campanha 

O apagão que ainda atinge parte da cidade de São Paulo virou tema de campanha entre os candidatos à Prefeitura Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição. O prefeito culpa a empresa e o governo federal. O deputado federal, por sua vez, aponta para a inércia da Enel e da atual gestão. 

Ao chegar para o debate da Band na última segunda-feira (14), Boulos afirmou a responsabilidade pela fiscalização e regulação dos serviços prestados pela Enel é da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), que fica no guarda-chuva do governo estadual, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Nunes. Também disse que é função da Prefeitura a poda de árvores, por meio das 32 subprefeituras. 

"As pessoas precisam assumir as suas responsabilidades, ainda mais quando são gestores públicos. Ele quer enganar as pessoas. O Lula tem que vir podar árvore em São Paulo? É isso que ele está sugerindo? O governo federal não é o ente responsável para tratar disso, mas está fazendo o que pode diante de um prefeito omisso", disse Boulos. 

Ricardo Nunes, do outro lado, reforçou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é responsável por regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, de acordo com a legislação. "A concessão e fiscalização da Enel é do governo federal. A cidade precisa saber de quem é a omissão. Discutir esse tema é fundamental", afirmou Nunes ao chegar para o debate. 

"Não queremos desculpa nem inércia. Eu já entrei com mais um reforço na Justiça. A Procuradoria-Geral do Município ingressou com mais um pedido de ação contra a Enel. Venho cobrando o Sandoval [Sandoval de Araujo Feitosa Neto, diretor-geral da Aneel] há muito tempo. Não dá para ficar com essa empresa, e ele me garantiu que terá uma posição mais contundente contra a Enel", disse Nunes. 

Em nota, a Enel reiterou o “compromisso com a sociedade em todas as áreas em que atua e reforça que está fazendo os investimentos necessários para aumentar a qualidade dos serviços". 

Edição: Nathallia Fonseca