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Sede e descanso embaixo do ônibus: governo flagra trabalho análogo à escravidão em plantação de cebola no interior de SP

Entre as pessoas resgatadas há três adolescentes; nenhum trabalhador tinha registro em carteira

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Trabalhadores eram submetidos a horas de jornada sem água, equipamento de segurança e local próprio para descanso - Ministério do Trabalho e Emprego

Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 130 trabalhadores em condições análogas à escravidão no interior de São Paulo. 

O grupo foi encontrado em uma fazenda de cultivo de cebola no município de Jeriquara, que fica a 40 km de Franca. O trabalho era feito sem equipamento de proteção, sob sol intenso e com intervalos irregulares, de tempo insuficiente para alimentação e descanso.

Segundo o MTE, a maioria dos trabalhadores calçava chinelos. Nas pausas da jornada, descansavam embaixo dos ônibus que os transportavam. Não havia banheiros em número suficiente, levando algumas pessoas a fazer as necessidades em locais inadequados. 

Relatos apontam ainda que a água fornecida pela fazenda acabava antes do meio-dia, o que obrigava o grupo a seguir as tarefas com sede.

Entre os resgatados, foram encontrados três adolescentes com idades entre 15 e 17 anos. Eles atuavam em condições proibidas pela legislação brasileira para menores de 18 anos. Todos os trabalhadores estavam sem registro em carteira.   

Após a fiscalização, foi determinado o fim das atividades, a regularização e rescisão dos contratos. O empregador, que não teve a identidade divulgada pelas autoridades, se comprometeu a pagar R$ 260 mil em verbas rescisórias, além de R$ 200 mil por danos morais coletivos. 

Edição: Nathallia Fonseca