Na quinta-feira (24), às 12h, o candidato à reeleição para a Prefeitura de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) vai assinar um termo de compromisso pela preservação da Serra do Curral, cartão-postal da capital mineira que vem sendo ameaçado por projetos de mineração. Em seu primeiro mandato, o prefeito já foi incisivo na defesa da região contra os avanços da mineradora Empabra.
A ideia de formalização do compromisso com a pauta partiu do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do “Minha BH” Roberto Andrés e do comunicador e ativista Philippe Albuquerque.
“As candidaturas, autoridades e governos eleitos precisam, a partir de agora, cada vez mais, assumir compromissos nesse sentido. Por isso, escolhemos a Serra do Curral como esse símbolo agregador. É uma coisa que representa muito bem o meio ambiente de BH, uma das maiores cidades do Brasil, que é símbolo de natureza e meio ambiente”, avalia Philippe, destacando a importância do posicionamento de Fuad.
Entre os convidados estão ativistas de movimentos em defesa das matas e das serras, representantes de movimentos sociais, ambientalistas e parlamentares.
O candidato também já assinou uma carta de compromisso com o movimento negro e recebeu manifestações de apoio e reivindicações de professores, sindicalistas, ambientalistas e movimentos populares.
Histórico da mineração na Serra do Curral
A mina Granja Corumi, operada pela Empabra, existe desde a década de 1950. Porém, com o tombamento da serra como patrimônio de Belo Horizonte em 1990, a mineradora, em teoria, reduziu suas atividades. Em 2007, a empresa firmou um compromisso de elaborar um plano para recuperar a área degradada, mas utilizou-se disso para continuar atuando no local.
Com o descumprimento parcial do acordo, as atividades foram embargadas temporariamente pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em 2018. Em 2019, uma CPI da Câmara de Vereadores de BH chegou a pedir ao Ministério Público de Minas Gerais a suspensão definitiva da extração de minério na mina e o bloqueio dos bens da empresa até que houvesse a resolução de conflitos trabalhistas e a recuperação da área desmatada.
Em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Mineração (ANM) permitiu a retirada de 800 mil toneladas de minério que já haviam sido beneficiados e estavam estocados. Porém, moradores denunciaram que as extrações continuavam, com explosões constantes e atividade intensa, principalmente de madrugada.
Em setembro deste ano, foi assinado um acordo que põe fim à atividade minerária no local.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Ana Carolina Vasconcelos