Fraude

Deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL) é alvo de buscas da PF em operação contra desvio de recursos públicos

O celular do parlamentar e R$70 mil na casa de um assessor foram apreendidos pelos agentes da PF nesta sexta (25)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O deputado bolsonarista Gayer acumula denúncias de racismo, fake news e suposto assédio eleitoral ao longo da campanha de 2022 - Vinicius Loures/Agência Câmara

Deflagrada na manhã desta sexta-feira (25), a operação Discalculia da Polícia Federal (PF) contra desvio de cota parlamentar e falsificação de documentos para a criação de uma Organização de Sociedade Civil (Oscip) teve como um dos alvos o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). 

Com mandados de busca e apreensão, os policiais apreenderam o celular de Gayer e cerca de R$70 mil na casa de um de seus assessores. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).  

Nas redes sociais, o parlamentar negou participação nos esquemas que, de acordo com inquérito da PF, teria Gayer como figura central. "Vieram na minha casa, levaram meu celular, HD, meu SSD. Essa democracia relativa está custando caro para o nosso país”, disse o parlamentar em vídeo.

Em comunicado à imprensa, Gayer diz que os advogados ainda não acessaram o processo, por ser sigiloso, e fez críticas ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes.  

"Entendemos que ações deste tipo não podem ser deflagradas no ápice do processo eleitoral, posto que atos judiciários interferem diretamente na política local, o que coloca em xeque a seriedade das decisões", argumentou.

A investigação da PF levanta a suspeita de que o deputado seja pivô de um esquema de criação de entidades fictícias para desviar verbas de emendas parlamentares e injetá-las em seus empreendimentos particulares. Entre elas, uma escola de inglês e uma loja de roupas.  

No total, cerca de 60 agentes da PF cumprem 19 mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO) e Aparecida de Goiânia (GO). 

Em nota, a PF informa que os crimes investigados são desvio de recursos públicos, associação criminosa e falsificação de documentos.

Edição: Geisa Marques