Cara leitora, caro leitor, a coluna Esportes Rebeldes está de volta, e com caras novas
Iniciamos nossa trajetória em uma sexta-feira, 26 de julho de 2024, exatamente no dia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, e seguimos com uma publicação semanal durante o período do evento. A proposta era oferecer uma cobertura crítica, engajada e corajosa dos Jogos Olímpicos, com atenção especial para alguns esportes, entre estes o boxe, modalidade de estudo e atuação de Michel de Paula Soares, fundador da coluna.
Aliás, Michel, que atua como gestor e treinador do Boxe Autônomo, agora é doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo, com seu estudo sobre o desenvolvimento do boxe olímpico no Brasil a partir da chegada dos treinadores cubanos em solo brasileiro.
Durante este período de cobertura dos jogos olímpicos, a coluna contou com a participação de Barbara Gomes Pires, já indicando o caráter colaborativo que passa a vigorar a partir de hoje, também semanalmente, e também às sextas-feiras. Na época, Barbara colaborou para a discussão sobre o caso da boxeadora argelina Imane Khelf, talvez um dos mais emblemáticos desta edição dos Jogos.
Barbara, que passa a integrar está coluna de forma fixa, é formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e seguiu na instituição para fazer o mestrado e doutorado no Museu Nacional, em Antropologia Social. Ela trabalha com esportes e regulações da categoria feminina, especialmente nas discussões sobre ciência e direitos que integram as histórias de controle do corpo feminino ao longo do movimento olímpico. Já fez duas consultorias para a ONU Mulheres Brasil na área de gestão de conhecimento para a igualdade de gênero pelo e por meio do esporte, atualmente é pós-doutoranda na UFRJ.
A segunda colunista que irá colaborar conosco é a também antropóloga Mariane Pisani. Mariane é, antes de mais nada, corinthiana de carteirinha. Ela é formada em Ciências Sociais, é Mestra e Doutora em Antropologia Social. Também é professora na Universidade Federal do Piauí onde ajuda a formar alunos e alunas na graduação e pós-graduação. Desde o ano de 2007, Mariane faz pesquisas sobre futebol e desde 2010 se interessa, com maior hiperfoco, sobre futebol feminino brasileiro. A partir de 2022, ela se tornou Vice-Coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Estudos do Futebol Brasileiro . E atualmente é pós-doutoranda na Universidad de Buenos Aires, Argentina.
E para completar nosso time, teremos o também corinthiano Bruno Vieira Borges, que é formado em História pela Universidade de São Paulo e, atualmente, faz mestrado em Sociologia na mesma instituição, trabalhando com temas relacionados às práticas esportivas e torcedoras a partir da Sociologia Urbana. O pesquisador integra o grupo de pesquisa Mobilidades: Temas, Teorias e Métodos (MTTM), ajuda a produzir o Podcast Urbanidades, reconhecido no III Prêmio de Divulgação Científica da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, e também é um dos fundadores do Observatório do Lazer e do Esporte (OLÉ).
Cada colunista terá autonomia para tratar sobre seus temas de estudo e interesse, assim como para convidar outras colaborações. Michel continuará a abordar o boxe, e outras modalidades, a partir da crítica racial e da discussão sobre as masculinidades, seguindo uma perspectiva antropológica.
Barbara irá trazer histórias de mulheres esportistas em suas diversidades, evidenciando com casos e controvérsias como essa persistente necessidade de tutelar o feminino se junta cotidianamente a outros pânicos morais no debate público contemporâneo. Mariane escreverá sobre gênero, sexualidade, relações etnico-raciais e política desde o futebol. Além disso, sempre que possível, dará pitacos sobre seu time do coração, o Corinthians.
Já a coluna de Bruno será um espaço para textos coletivos que terão um olhar atento para as desigualdades e os conflitos presentes no mundo do esporte. Ao invés de apenas tentar responder às questões em destaque, Bruno pretende tomá-las como ponto de partida para a produção de novos questionamentos.
Por fim, cabe dizer que a primeira publicação desta coluna, feita no começo dos Jogos Olímpicos de 2024, terminava com uma previsão audaciosa, que não se confirmou. A equipe brasileira de boxe olímpico não conquistou quatro medalhas, mas apenas uma. Felizmente outras previsões se confirmaram, as mulheres ganharam três ouros para o Brasil: Beatriz Souza, no judô; Rebeca Andrade, na ginástica, na categoria solo; Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia.
Das vinte medalhas conquistadas pelo Brasil nesta edição dos Jogos Olímpicos, doze foram trazidas por esportistas mulheres. Assim, esse dado nos ajuda a refletir sobre o impacto de gênero como motor do esporte. Além disso, é crescente o interesse sobre as pautas transversais que envolvem as práticas esportivas e seus atravessamentos sociais. Não à toa, agora somos uma equipe composta por quatro colaboradores interessados nas várias facetas - sociais, políticas, culturais - que os esportes trazem. Para essas discussões, reflexões e colaborações, estaremos aqui.
Edição: Rodrigo Durão Coelho