BELÉM

Igor Normando não comparece ao último debate do segundo turno de Belém (PA)

Conforme as regras, o candidato Éder Mauro (PL) foi entrevistado durante 25 minutos

Brasil de Fato | Belém (PA) |
Conhecido como lider da bancada da bala na região, o deputado federal Éder Mauro (PL) é segundo colocado nas pesquisas. - Eduardo Quemel/G1

Na noite desta sexta-feira (25) aconteceria o último debate do segundo turno na capital paraense Belém, com transmissão ao vivo pela TV Liberal, afiliada à Rede Globo. No entanto, o candidato à frente das pesquisas, Igor Normando (MDB), não compareceu. Conforme as regras, o segundo colocado Éder Mauro (PL) foi entrevistado durante 25 minutos, aproveitando a oportunidade para tecer críticas ao opositor.

"O candidato de laboratório, confeccionado dentro de uma bolha do marketing, não tem coragem. Ele fugiu, simplesmente fugiu e isso é uma covardia com cada homem e com cada mulher, cada jovem de Belém que aguardava ansiosamente para que pudesse definir o seu voto", declarou, logo no início da entrevista.


Candidato do governador Helder Barbalho, Igor Normando (MDB) é favorito nas pesquisas, com 59%. / Reprodução

Candidato representante da família do governador Helder Barbalho (MDB), Igor Normando é deputado estadual e aparece na última pesquisa do Real Time Big Data com 59%. Éder Mauro (PL), deputado federal bolsonarista apresentado como líder da bancada da bala na região Norte, tem 34%. Já nos votos válidos, o candidato do MDB aparece com 63% e o do PL com 37%.

A entrevista foi marcada por temas como negacionismo, COP30, meio ambiente, segurança, educação e uso dos recursos públicos, quando o candidato apresentou seu programa de governo e aproveitou para tecer duras críticas ao governo do estado.

Em uma das perguntas, a jornalista Priscilla Castro questionou como o candidato trataria dos temas COP30 e meio ambiente sendo considerado negacionista, aliado de Jair Bolsonaro (PL) e contra as fiscalizações na área do meio ambiente.

"Essas narrativas de que somos negacionistas são de pessoas que tentam criar impacto para denegrir a imagem daqueles que fazem o que é certo e defendem valores corretos. Eu e meu partido nunca fomos contra a COP30, onde está escrito isso? Eu nunca disse isso", disse Éder Mauro.

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Ainda sobre o tema, o candidato do PL indicou que, se eleito prefeito, dialogaria tanto com famílias da agricultura familiar quanto do agronegócio, que segundo ele coloca comida na mesa dos paraenses.

"A COP30 é um evento internacional que vem para Belém e vai trazer cientistas, lideranças mundiais, vamos discutir a questão do clima, os problemas e as soluções a eles dados. E claro que eu, como prefeito, vou sentar à mesa de discussão para que a gente possa trazer um equilíbrio, para que não atinja, por exemplo, a agricultura familiar, através dos nossos ribeirinhos, que produzem o açaí, e o agronegócio, que coloca comida na nossa mesa", declarou.

Em temas delicados para Belém, a exemplo da segurança pública, o candidato apontou projetos como o armamento e fortalecimento da Guarda Municipal, que segundo ele teria papel no combate a ação de facções criminosas e do tráfico de drogas.


Com declarações como "Matei mesmo", Éder Mauro já foi considerado o deputado mais antiambiental do Pará, segundo a Repórter Brasil / Marcelo Camargo/Agência Brasil

"Eu vou armar, aparelhar e treinar a guarda municipal para que a gente possa, juntos, porque o Supremo Tribunal Federal já fez com que as guardas municipais, dentro de um município, façam parte do sistema de segurança. A guarda não será só para reparar logradouros e praças, ela vai tomar conta da vida de cada homem e mulher."

Opositor declarado do governador do Pará, Helder Barbalho, e do presidente Lula, o candidato foi questionado ainda sobre as relações institucionais que teria com os representantes.

"Sou opositor do governador e do presidente da república. Eu, deputado federal Éder Mauro, não comungo com muitas coisas que esse governador faz e tenho certeza que você, cidadão de bem, não iria aceitar que um R$ 1,3 bilhão fosse desviado na pandemia, mandado pelo governo da época para socorrer as pessoas na pandemia, mas Belém está acima de todos nós e vamos sentar com quem for preciso."

Edição: Nicolau Soares