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Progresso da população periférica começa pela alimentação, diz Rincon Sapiência

Rapper conversou sobre importância de autocuidado para população preta, para evitar doenças como diabetes e hipertensão

Ouça o áudio:

Cantor compartilhou receita preparada com pasta de amendoim e cuscuz - Divulgação/Mgoma

Frango desfiado, chimichurri, pasta de amendoim, tomate e cúrcuma. Para acompanhar, cuscuz temperado só com sal. A receita com influência da culinária africana foi uma dica que o rapper Rincon Sapiência divulgou nas redes sociais dele como forma de incentivar a população periférica melhorar a relação com os alimentos: "modéstia à parte, é um prato que eu bolei", diz.

Segundo o artista, o objetivo de atuar como 'influencer da alimentação' é propagar a importância de relacionar, conscientemente, comida e saúde. 

"Quando a gente defende, almeja um progresso da população periférica, da população preta e tudo mais, a gente precisa priorizar a alimentação. Muitas vezes existe uma recorrência da população preta, por exemplo, com casos de diabetes ou problema de pressão.   São coisas relacionadas ao colesterol, a excesso de sal, excesso de açúcar", explica em entrevista ao programa Bem Viver desta sexta-feira (25).

Embora Sapiência atribua a aparição dessas doenças ao "descaso" e "abandono" por parte do Estado com a população periférica, não ofertando alimentos de qualidade, o rapper acredita que é possível buscar uma consciência pessoal dentro de cada cidadão sobre por quê preparar o próprio almoço ou janta. 

"Então de uma forma leve, nesse lugar de artista, mas como um grande entusiasta da culinária e um cara que adora comer também, eu acabo abraçando esse tipo de conteúdo e mostrando possibilidades".

Na entrevista, Rincon Sapiência também comentou sobre os efeitos do apagão na cidade de São Paulo, que atingiu a casa dele no dia 11 de outubro. 

Confira a entrevista na íntegra 

Como você foi impactado pelo apagão do dia 11?

De certa forma, estamos habituados com esse tipo de coisa, mas a forma que foi conduzida a situação acabou gerando uma grande incompetência. Foram poucas horas de chuva para o estrago que foi.

Muito das conexões que a gente faz sobre pagamentos, sobre alguma coisa que a gente compra, o nosso ritmo de casa de forma geral... está [tudo] relacionado com energia. 

A partir do momento que acaba e passam várias horas com a falta de energia isso impacta muito o cidadão, e principalmente o cidadão de baixa renda.

No meu caso eu estava no processo de passar nos comércios, fazer compras e preparar a minha janta, e a partir do momento que isso aconteceu, desestabilizou muito.  

Eu, pelo fato de ter um carro de poder me locomover a outra parte do bairro onde a energia estava acontecendo, eu consegui dar jeito, consegui jantar e tudo mais, mas eu fiquei pensando nas famílias que não tinham recursos pra remanejar. 

Vale lembrar, sim, que pelo zelo da cidade de São Paulo é muito importante que haja árvores, coisas que fazem parte da natureza, que vão impactar no ar, que a gente respira.  

Isso é de suma importância, mas como a empresa em questão trabalha com a manutenção da nossa energia, é de responsabilidade dela avaliar onde estão essas árvores. 

A falta de atenção sobre isso pode impactar nas famílias. 

Você tem percebido as pessoas relacionarem o apagão com política públicas nas cidades?

Infelizmente, na minha percepção, quando o cidadão por alguma razão acaba abraçando um candidato, esses ocorridos do nosso dia a dia acabam afetando pouco na intenção de voto. 

Porque a ligação de parte do eleitorado com os candidatos não é exatamente com o projeto político do candidato. 

Cada um está disposto a ir até o final por esse candidato e, às vezes, esse tipo de ocorrido, a falta de competência em lidar com as coisas assim, não acaba afetando o candidato em questão. 

O que você acredita ser o motivo para isso?

Já há um tempo que tem acontecido na política brasileira isso dos cortes de podcast e redes sociais serem o que define, o que faz esse eleitorado tomar o partido deste ou daquele candidato. 

Esse olhar minucioso sobre projetos, sobre como que está lidando com os projetos, acaba não acontecendo e cada um acaba de forma apaixonada, abraçando ali o seu candidato e sendo irredutível nesse tipo de situação.

Agora, falando sobre outro assunto: você publicou um vídeo nas suas redes ensinando a fazer um prato. Por que essa iniciativa?

A alimentação tá ligada a um ponto que a gente sabe muito bem que é saúde. 

E quando a gente almeja um progresso da população periférica, da população preta e tudo mais, a gente precisa priorizar a alimentação. 

Muitas vezes existe uma recorrência da população preta, por exemplo, com casos de diabetes ou problema de pressão.  

São coisas relacionadas ao colesterol, ao excesso de sal, excesso de açúcar, então existe um histórico de abandono com a periferia, de violência, de coisas que a gente sabe muito bem. 

Muitas das vezes é pela boca que a gente segue um caminho que acaba sendo prejudicial pra gente. 

Então de uma forma leve, nesse lugar de artista, mas como um grande entusiasta da culinária e [sendo] um cara que adora comer também, eu acabo abraçando esse tipo de conteúdo e mostrando possibilidades. 

No caso desse prato específico, foi proteína com baixo índice de gordura, o peito do frango desfiado, bem temperado, usando menos sal e mais tempero, pasta de amendoim, o chimichurri, o gengibre se quiser, a pimenta, coisas do tipo. E junta isso com o cuscuz, que é um carboidrato que não tem a farinha branca, que também é outra coisa que às vezes acaba impactando na nossa saúde negativamente .

E essa receita é sua?

Cozinhar o frango com a pasta de amendoim é influenciado pela culinária africana.  Tem muitos pratos que se consomem com esse tipo de molho. 

E na culinária africana, eles também costumam consumir o fufu que é como se fosse, falando no linguajar nosso aqui, uma polenta. Só que muito mais consistente, muito mais sólida, e [por isso] eles acabam consumindo menos arroz. 

Modéstia à parte, [esse] é um prato que eu bolei, assim, na minha cabeça, na minha ideia. Mas é totalmente influenciada pela culinária africana. 


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Edição: Nathallia Fonseca