Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL) protagonizaram na noite desta sexta-feira (25) o último embate antes do segundo turno das eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte. O debate, transmitido pela Globo, abordou temas como transporte, segurança, periferias e mineração.
Ainda no primeiro bloco do confronto, os candidatos trocaram acusações mútuas. Enquanto o bolsonarista questionou o atual prefeito sobre o conteúdo de um livro de ficção publicado por ele anos atrás, o candidato à reeleição enfatizou que Bruno Engler tem como prática de campanha a disseminação de notícias falsas. Durante o pleito de 2024, o candidato do PL já foi condenado quase 30 vezes pela Justiça por propaganda irregular.
Engler também questionou os utilizados pela atual gestão para selecionar a empresa que atua na recuperação da Lagoa da Pampulha, ponto turístico da capital mineira que sofre com a poluição.
Já Fuad Noman questionou sobre o histórico do oponente, que é deputado estadual atualmente. O candidato à reeleição argumentou que Engler faltou a quase 50% das reuniões parlamentares e perguntou “de onde você veio?”, em alusão ao fato de que o bolsonarista é nascido em Curitiba, no Paraná.
Vilas e favelas
No segundo bloco, quando cada candidato poderia escolher um tema para debater com o oponente, Fuad Noman questionou Bruno Engler sobre suas propostas para as periferias da cidade. Em resposta, o candidato do PL afirmou que “vilas e favelas não precisam de discurso, mas de obras de infraestrutura”, que, segundo ele, o atual prefeito não realizou.
No retorno, o candidato do PSD elencou iniciativas desenvolvidas pela atual gestão para o desenvolvimento das regiões. Além disso, Fuad Noman destacou que durante o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Bruno Engler não enviou emendas parlamentares para melhorias no município.
“Oferecemos internet e ônibus gratuitos para os moradores de vilas e favelas. Temos feito obras de pavimentação de ruas e um grande programa de urbanização de áreas que precisam de atenção”, destacou Fuad.
Transporte e mineração
Engler escolheu debater com o oponente sobre o tema do transporte público e questionou Fuad Noman sobre ele ter recebido doações financeiras de pessoas ligadas a empresas que administram o setor no município.
O atual prefeito afirmou que o valor recebido desses empresários é pequeno em relação ao montante total arrecadado por sua campanha e questionou o candidato do PL sobre ser apoiado por pessoas ligadas à mineração.
Em resposta, Engler disse que o apoio que recebeu de pessoas ligadas a mineradoras se deu por “alinhamento ideológico”. Já Fuad, disse que foi o primeiro prefeito da história da cidade a defender na Justiça a Serra do Curral e “o único a enfrentar os proprietários de ônibus”.
Mais acusações
No terceiro bloco, de perguntas livres entre os oponentes, as acusações continuaram. O candidato do PL afirmou que Fuad “apoiou e é apoiado por Lula” e tentou associá-lo a um processo em aberto na Justiça que avalia improbidade administrativa da gestão de Alexandre Kalil (Republicanos), da qual o atual prefeito era vice.
Em contraponto, o candidato à reeleição afirmou novamente que o seu oponente estava mentindo e que “ele procura algo para me atacar, mas não encontra, porque minha trajetória é limpa”.
Segurança pública
O tema da segurança pública também foi pautado no terceiro bloco do embate. Engler comemorou o fato de ter como vice uma oficial da Polícia Militar, a Coronel Cláudia.
“Eu tenho o privilégio de ter ao meu lado a Coronel Cláudia e tenho propostas concretas de aumentar para 4 mil os guardas e implementar bases móveis em toda BH”, prometeu.
Já Fuad listou medidas tomadas durante a sua gestão para a melhoria da segurança da cidade.
“Nós já colocamos mais 800 câmeras inteligentes na cidade, equipamos a guarda e contratamos mais 500 novos servidores para a guarda”, disse o atual prefeito.
Trabalho
No quarto bloco, os candidatos debateram sobre educação e trabalho. Questionado por Fuad Noman sobre quais medidas tomará para geração de emprego e renda, o deputado estadual disse que irá mudar o Plano Diretor da cidade e desburocratizar a legislação, abrindo mais espaço para empresas e publicidades.
Por sua vez, Fuad, disse que aposta em incentivar as três principais atividades econômicas do município: eventos, comércio e serviços. O atual prefeito também afirmou que “escuta o povo e as comunidades”.
Articulação
Por fim, o candidato à reeleição questionou a capacidade de articulação política de Bruno Engler.
“Você acha que quem não pensa como você não é digno de conversa. Eu tenho medo de você não conversar com o Governo Federal. Tenho medo de você isolar BH”, explicou.
Já Engler disse que, ainda que seja bolsonarista e de direita, não se furtará ao diálogo com o presidente Lula. O candidato afirmou também que o petista só governará o país nos próximos dois anos.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Rodrigo Chagas
