Análise

‘Bolsonarismo mais perdeu que ganhou nestas eleições’, diz cientista político

Extrema direita disputou oito prefeituras no segundo turno e ganhou somente duas

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante ato de campanha - PL Pernambuco/divulgação

O cientista político Paulo Roberto de Souza, professor da pós-graduação em Mídia, Política e Sociedade da FESPSP (Escola de Sociologia e Política), afirmou neste domingo (27) que as eleições municipais foram majoritariamente de derrotas para a extrema-direita alinhada em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, principalmente neste segundo turno, o bolsonarismo perdeu mais do que ganhou.

Souza foi uma das convidados da edição especial do, Três por Quatro, podcast de política do Brasil de Fato, sobre a eleição. Lá, foi lembrado que candidatos claramente bolsonaristas disputaram a eleição em oito capitais. Ganharam duas.

Emília Corrêa (PL) foi eleita a primeira mulher em Aracaju (SE). Abílio Brunini (PL) foi eleito prefeito de Cuiabá (MT), derrotando um candidato do PT.

Num levantamento do Brasil de Fato em 50 cidades com segundo turno, houve seis vitórias do campo progressista, sendo dois do PT; e seis vitórias do PL.

Segundo Souza, considerando os resultados da extrema-direita e também da esquerda, é possível dizer que o chamado centrão foi quem melhor colheu bons resultados nesta eleição. “O grande vencedor desta eleição foi o centrão”, disse ele.

O cientista político afirmou que, já levando em conta essa vitória, é de se esperar uma reorganização da política nacional em torno dos partidos de centro. “Há uma estabilidade democrática nova, que começa a escantear a extrema-direita, que diminui a capacidade dela de concorrer ao Poder Executivo.”

Nesse contexto, e considerando que Bolsonaro foi considerado inelegível, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) --tido com um direitista moderado-- apresenta-se como o grande adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a eleição presidencial de 2026.

Edição: Rodrigo Chagas