O prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena (PP), venceu a eleição municipal e foi reeleito neste domingo (27). Lucena obteve 64% dos votos válidos e venceu o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL), que teve 36%.
Nascido em São José de Piranhas, na Paraíba, Cícero Lucena tem 67 anos e é empresário da construção civil. Sobrinho do político paraibano Humberto Lucena, Cícero iniciou a trajetória política na década de 1990 atrelado à poderosa família Cunha Lima, hoje em declínio.
Eleito vice-governador em 1990, Lucena assumiu o governo da Paraíba em 1994, quando o governador Ronaldo Cunha Lima se afastou do cargo para concorrer ao Senado Federal. Em 1996, foi eleito prefeito de João Pessoa, sendo reeleito já no primeiro turno das eleições de 2000, com 74% dos votos válidos. Em 2001, acompanhou a família Cunha Lima na migração do PMDB para o PSDB.
Enquanto Cícero Lucena foi eleito vice-governador de Ronaldo Cunha Lima em 1990, sua esposa, Lauremília Lucena, foi eleita vice-governadora de Cássio Cunha Lima – filho de Ronaldo – em 2002. Em 28 de setembro, durante o processo eleitoral deste ano, a esposa de Cícero foi presa preventivamente na terceira fase da Operação Território Livre, da Polícia Federal (PF), que investiga o aliciamento violento de eleitores.
A decisão também prendeu Tereza Cristina, secretária de Lauremília. Após três dias, em 1º de outubro, o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) decidiu pela soltura da primeira-dama e da secretária, substituindo a prisão preventiva das investigadas por medidas cautelares.
Derrota de Marcelo Queiroga
O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) tem 57 anos, e recebeu apoio de Jair Bolsonaro, do mesmo partido, durante a campanha. Ele esteve à frente da pasta da saúde entre março de 2021 e dezembro de 2022, após intensa troca de ministros durante a pandemia de covid-19.
Nascido em João Pessoa, ele é médico cardiologista graduado pela Universidade Federal da Paraíba (UFB). De 2020 a 2021, foi presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Em dezembro de 2021, ao ser perguntado sobre ser contra o passaporte vacinal, o ministro disse que "era melhor perder a vida do que a liberdade", em referência ao hino da independência. Durante o tempo em que esteve à frente do ministério, chamou atenção negativamente por postergar a vacinação infantil contra a covid, autorizada apenas em janeiro de 2022.
Edição: Martina Medina