Neste domingo (27), a população do Uruguai irá às urnas para escolher presidente e vice-presidente para o período 2025-2030, assim como os 30 membros do Senado e os 99 da Câmara de Representantes. Se nenhuma chapa presidencial obtiver mais de 50% dos votos, haverá um segundo turno em 24 de novembro.
As pesquisas mostram que Yamandú Orsi, ex-intendente do departamento (estado) de Canelones (2015-2024), está à frente. Ele é seguido pelos candidatos dos partidos que integram a coalizão do governo de centro-direita liderada desde 2020 pelo presidente Luis Lacalle Pou, impedido constitucionalmente de buscar a reeleição imediata.
O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, ex-secretário da Presidência de Lacalle Pou, aparece com maiores possibilidades de ir ao segundo turno frente ao seu rival do Partido Colorado, o advogado Andrés Ojeda. Muito atrás estão os candidatos do Cabildo Aberto, o general aposentado Guido Manini, e o do Partido Independente, o ex-ministro do Trabalho Pablo Mieres.
A pesquisa de intenções de voto, publicada na quinta-feira (24) pela Usina de Percepción Ciudadana (UPC), indica que - com a projeção de eleitores indecisos - a intenção de voto da Frente Ampla (FA) para este domingo é de 47%, a do Partido Nacional (PN) é de 25% e a do Partido Colorado (PC) é de 16%. Enquanto isso, a pesquisa da Cifra divulgada na terça-feira (22) mostra a FA com 44%, o PN com 23% e o PC com 15%. Na quarta-feira (23), foi apresentado o último relatório da empresa de consultoria Nómade, segundo o qual a coalizão de esquerda tem 45,3%, o PN 20,2% e o PC 16,8%.
Os resultados do trabalho apresentado pela empresa de consultoria Radar, que põe em dúvida a presença de Álvaro Delgado na votação, são um pouco diferentes. Os dados tornados públicos na semana anterior, além de colocar a FA em primeiro lugar nas intenções de voto, com 41%, colocaram o Nacionalista (19%) e Andrés Ojeda (18%) apenas um ponto atrás.
As diferentes medições mostram como fator comum a liderança da FA nas intenções de voto, mas longe da vitória no primeiro turno.
A força do progressismo
A esquerda perdeu o governo uruguaio em 2020 para a coalizão de centro-direita liderada por Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional.
A mudança marcou o fim da “onda rosa” de 15 anos no Uruguai, como foi chamado o período da América Latina com grande ascensão das lideranças de esquerda. Embora o atual governo tenha se afastado de algumas das políticas dos governos anteriores, ele manteve parte das conquistas sociais dos anos de governos progressistas.
O Uruguai continua sendo um país com um forte compromisso com a democracia, os direitos humanos e a justiça social, e os legados da Frente Ampla ainda influenciam o debate político no país.
*Com La Diaria
Edição: Leandro Melito