Além de votar para presidente e vice-presidente no domingo (27), mais de 2,7 milhões de uruguaios registrados nas eleições deste ano também se pronunciaram sobre dois plebiscitos. Ambos foram considerados rejeitados por não receberem mais de 50% dos votos.
Reforma previdenciária
O que originou mais debate, promovido pela central sindical única Pit-CNT com o apoio de setores da Frente Ampla, apresentava a proposta de redução da idade mínima de aposentadoria de 65 para 60 anos e a proibição dos planos de previdência privada. Mas recebeu apenas 38,8% de votos favoráveis.
A Frente Ampla deixou seus eleitores "livres", mas os integrantes da chapa presidencial de Yamandú Orsi anunciaram que não votariam no "Sim". Mais de 100 economistas e militantes da Frente Ampla, porém, alertaram sobre as consequências negativas de uma eventual vitória do "Sim".
O popular ex-presidente e referência da esquerda, José Mujica, disse que aprovar esse plebiscito causaria "um caos" relacionado à estabilidade jurídica do país.
O presidente Luis Lacalle Pou, líder da coalizão de centro-direita que governa o país desde 2020, e quem promoveu a lei da reforma previdenciária de 2023, se opôs ao plebiscito, assim como todos os candidatos presidenciais dos partidos do bloco governista, que assinaram uma declaração conjunta contra a votação.
Operações policiais noturnas
O outro plebiscito, promovido por todos os candidatos da coalizão de governo e rejeitado pela oposição, pretendia autorizar operações policiais nas residências durante a noite. Porém, recebeu apenas 39,4% de adesão e também foi rejeitado.
Com 3,4 milhões de habitantes, predominantemente agrícola, com elevada renda per capita e baixos níveis de pobreza e desigualdade em comparação com as demais nações da região, o maior problema polical do país, segundo analistas, é um aumento da violência vinculada às drogas.
Segundo turno
Com 100% das urnas apuradas, o candidato Yamandú Orsi, da Frente Ampla, partido de esquerda do líder histórico José Mujica, obteve 43,94% dos votos, anunciou a Corte Eleitoral nesta segunda-feira (28). O Partido Nacional, de Álvaro Delgado, aparece em segundo, com 26,77%; e o Partido Colorado, de Andrés Ojeda, com 16,03%, segundo resultados oficiais.
O comparecimento às urnas foi de 89%, segundo as autoridades eleitorais uruguaias. Para que a eleição fosse definida neste domingo, um dos candidatos precisaria de mais de 50% dos votos.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito