falta uma semana

Na reta final das eleições dos EUA, Trump tropeça, mas ainda leva a melhor nas simulações

Simulações eleitorais indicam leve vantagem para candidato republicano sobre Kamala Harris

Brasil de Fato | Los Angeles (EUA) |
Donald Trump e Kamala Harris buscam votos nos estados-pêndulo, decisivos no sistema eleitoral estadunidense - Elijah Nouvelage, DUSTIN FRANZ / AFP

A uma semana das eleições presidenciais estadunidenses, era esperado que os candidatos seguissem o protocolo de usar suas plataformas para compartilhar uma mensagem capaz de "unificar" o eleitorado. Mas o republicano Donald Trump foi na contramão e não poupou polêmicas.

Diante de um Madison Square lotado, na noite de domingo em Nova York, o republicano foi o anfitrião de um show marcado por palavrões, piadas racistas sobre latinos e comentários misóginos. O primeiro orador no comício de Trump foi o comediante e apresentador de podcast Tony Hinchcliffe. Além de chamar Porto Rico, um território dos EUA, de "ilha de lixo flutuante", ele usou humor para reforçar estereótipos sobre latinos e imigrantes.

A repercussão negativa do discurso de Hinchcliffe e outros convidados levou a equipe de Donald Trump a soltar um comunicado, dizendo que as brincadeiras não refletem a visão do candidato e sua equipe. O comediante por sua vez defendeu seu discurso, e disse que "as pessoas não têm senso de humor". 

Trump fez da retórica anti-imigrante uma peça central de sua campanha. Ele prometeu, por exemplo, acabar com o direito automático à cidadania para bebês nascidos nos EUA. O republicano também apresentou algumas propostas econômicas, como remunerar pessoas que dedicam suas vidas a cuidar de familiares doentes ou debilitados.

Alguns especialistas acreditam que a estratégia de apostar em discursos inflamados possa ajudar Trump a ganhar manchetes e mobilizar alguns apoiadores, mas há quem pense que a esta altura seja improvável trazer novos eleitores, que já estão desanimados com parte da retórica do candidato presidencial republicano.

A campanha de Trump está atualmente lutando para obter votos de mulheres e latinos. Pesquisas sugerem que a diferença de gênero na eleição deste ano pode ser a maior já registrada. A campanha de Harris, em contraste, tem destacado histórias de mulheres cujas vidas foram ameaçadas por proibições rígidas ao aborto.

Nas pesquisas de opinião, Kamala e Trump seguem tecnicamente empatados, com a candidata democrata levando apenas  um ou dois pontos de vantagem sobre o seu adversário.

Apesar de estar à frente nas pesquisas, atual vice-presidente dos Estados Unidos perde na maioria das simulações feitas pela plataforma 538, conhecida por analisar diferentes dados para prever possíveis cenários. Ao simular 100 eleições, a plataforma 538 determinou que Donald Trump ganharia em 54 das vezes; Kamala levaria a melhor em 46 delas. 

Urnas em chamas

Três urnas eleitorais foram incendiadas nos Estados Unidos: duas no Oregon e uma em Washington State – ambos os estados são, historicamente, democratas. As urnas foram atacadas durante a madrugada, e o FBI está investigando para saber se as ações foram independentes ou algo planejado.

Mesmo as urnas sendo equipadas com dispositivos anti-incêndio, centenas de cédulas foram danificadas. A polícia informou que vai localizar todos os eleitores prejudicados e que eles terão uma nova chance de votar dentro do prazo estabelecido para as eleições. O gabinete do secretário de Estado de Washington pediu aos eleitores que verifiquem o status de seus votos online e solicitem uma substituição, caso as suas cédulas não sejam encontradas.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, um veículo usado no crime já foi identificado. Os suspeitos são procurados pela polícia.

 

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho