extremos climáticos

Inundações na Espanha deixam pelo menos 62 mortos

Chuvas torrenciais e fortes ventos atingem o sul e leste do país europeu desde o início da semana, provocando inundações

AFP | Madri (Espanha) |
Homem caminha em rua coberta de lama em uma área inundada em Picanya, perto de Valência, leste da Espanha - Jose Jordan / AFP

Ao menos 62 pessoas morreram nas inundações provocadas pelas chuvas torrenciais na região de Valência, sudeste da Espanha, que também geraram imagens impactantes de torrentes de água devastando ruas e arrastando automóveis.

"Neste momento, e de forma provisória, o número de vítimas fatais chega a 62 pessoas. O processo de identificação das vítimas continua", afirmou a Cecopi, organização que coordena as operações de resgate na região.

Chuvas torrenciais e fortes ventos atingiram o sul e leste da Espanha desde o início da semana, provocando inundações em Valência e na região da Andaluzia. Algumas áreas da Comunidade Valenciana permaneciam sem serviço de telefonia e energia elétrica nesta quarta-feira e alguns pontos da região estavam inacessíveis devido a estradas inundadas, informou o presidente regional, Carlos Mazón. 

Imagens registradas na terça-feira (29) mostram torrentes de água arrasando ruas e arrastando carros. Os sistemas de transporte ferroviário e aéreo foram gravemente afetados. Moradores da região tentavam retirar a lama de suas casas com baldes e caminhavam com água na altura do quadril para tentar salvar seus pertences.

"Reiteramos a importância de não fazer deslocamentos por estrada nas províncias afetadas na região de Valência", insistiu Mazón nesta quarta-feira (30).

'Desolados'

"Toda nossa solidariedade e carinho às famílias das pessoas que morreram nesta tragédia e para aqueles que, neste momento, continuam procurando seus entes queridos. A Espanha chora com todos vocês", disse o primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, no Palácio de Moncloa.

"As administrações públicas estão trabalhando, estamos trabalhando de forma coordenada para fazer o possível e vamos disponibilizar todos os meios necessários hoje, amanhã e pelo tempo que for necessário para que possamos nos recuperar desta tragédia, não vamos deixá-los sozinhos", acrescentou Sánchez, antes de alertar que o desastre é uma emergência que "continua".

O Congresso espanhol respeitou um minuto de silêncio nesta quarta-feira em homenagem às vítimas. "Desolados com as últimas notícias (...) Nossos mais sinceros pêsames aos parentes e amigos dos mais de 50 mortos. Força, ânimo e todo o apoio necessário para todos os afetados", afirmou Casa Real espanhola em uma mensagem na rede social X.

Em algumas áreas, a quantidade de chuva em apenas um dia foi equivalente ao que está previsto para um mês, segundo a imprensa local. "Estamos diante de uma situação inédita, da qual ninguém tem recordação", disse o chefe do governo de Valência.

Com o número atual de 51 mortos, este é o fenômeno meteorológico com o maior número de vítimas na Espanha desde agosto de 1996, quando 86 pessoas morreram durante as chuvas torrenciais que destruíram um camping na província de Huesca.

O governo enviou mais de mil soldados da Unidade Militar de Emergências (UME), especializada em missões de resgate, a Valência para apoiar os serviços locais. "Também serão enviadas equipes especiais com cães, se for necessário", disse a ministra da Defesa, Margarita Robles, que citou um "fenômeno sem precedentes" em Valência, onde a avalanche de água foi tremenda".

A prefeitura de Valência anunciou a suspensão das aulas e dos eventos esportivos. Também informou que os parques permanecerão fechados.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a "Europa está pronta para ajudar" a Espanha.

"O que estamos vendo na Espanha é devastador. Meus pensamentos estão com as vítimas, suas famílias e as equipes de resgate", escreveu na rede social X.
 

Edição: AFP