CONFLITO NA UCRÂNIA

Chanceler da Coreia do Norte promete ajudar a Rússia na guerra 'até a vitória'

Rússia e Coreia do Norte assinaram em junho um acordo de assistência militar mútua em caso de ataque a um dos países

Brasil de Fato | Moscou (Rússia) |
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e a ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, se reúnem em Moscou, em 1º de outubro de 2024. - Ministério das Relações Exteriores da Rússia / AFP

A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choi Song Hee, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, nesta sexta-feira (1º), e reforçou o apoio a Moscou no contexto da guerra da Ucrânia.

Em particular, a ministra declarou que, logo após o início do conflito, o líder Kim Jong-un deu instruções para fornecer assistência ao exército e ao povo russo.

A ministra classificou como uma "guerra santa" o conlfito na Ucrânia para "proteger os direitos soberanos e a segurança do Estado" russo. De acordo com ela, a Coreia do Norte "não tem dúvidas de que a Rússia vencerá a guerra. 

"Desde o início da operação militar especial, [...] Kim Jong-un deu instruções para que, sem olhar para ninguém, apoiaríamos e ajudaríamos de forma consistente e potente o exército russo e o povo russo na sua guerra santa", disse a ministra. 

A chanceler disse ainda que a Coreia do Norte "permanecerá firme ao lado dos nossos camaradas russos até o dia da vitória". Ela também disse que Moscou e Pyongyang alcançaram um novo nível de relações estratégicas com uma perspectiva de cem anos.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, por sua vez, disse que os acordos de parceria estratégica entre os dois países já estão sendo implementados. Segundo ele, os serviços militares e de segurança da Rússia e da Coreia do Norte estão em contato muito próximo.

Em 24 de outubro, a Duma estatal (câmara baixa do parlamento russo) ratificou o acordo de parceria estratégica entre a Rússia e a Coreia do Norte. O documento prevê o fornecimento de assistência militar imediata em caso de ataque armado a um dos dois países. O acordo foi assinado durante a visita do presidente Vladimir Putin a Pyongyang em junho deste ano.

Além disso, o acordo estabelece que a Rússia e a Coreia do Norte criem mecanismos para a realização de atividades conjuntas, destinadas a "fortalecer as capacidades de defesa, no interesse de prevenir a guerra e garantir a paz e a segurança regional e internacional".

A reunião entre Lavrov e a ministra norte-coreana acontece em meio a relatos, publicados inicialmente pela Coreia do Sul, de que a Coreia do Norte estaria enviando tropas para lutar ao lados das forças russas na Ucrânia. 

Em meados de outubro, a inteligência sul-coreana publicou um relatório afirmando que 12 mil militares da Coreia do Norte foram enviados à Rússia para realizar treinamento e participar da guerra da Ucrânia. Posteriormente, o Pentágono corroborou com a informação, estimando o número de 10 mil soldados.

O presidente russo, Vladimir Putin, ao ser questionado sobre o assunto durante a coletiva de imprensa na Cúpula do Brics, em Kazan, não confirmou nem negou a informação de que militares norte-coreanos estariam localizados perto da fronteira com a Ucrânia. Ele disse que Moscou "nunca duvidou" de que a liderança da Coreia do Norte "leva a sério" os acordos com a Rússia.

Vladimir Putin fez menção ao acordo de assistência militar entre Moscou e Pyongyang. "O que e como faremos no âmbito deste artigo é da nossa conta", concluiu Putin, sem fornecer mais detalhes.

Edição: Rodrigo Durão Coelho