A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choi Song Hee, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, nesta sexta-feira (1º), e reforçou o apoio a Moscou no contexto da guerra da Ucrânia.
Em particular, a ministra declarou que, logo após o início do conflito, o líder Kim Jong-un deu instruções para fornecer assistência ao exército e ao povo russo.
A ministra classificou como uma "guerra santa" o conlfito na Ucrânia para "proteger os direitos soberanos e a segurança do Estado" russo. De acordo com ela, a Coreia do Norte "não tem dúvidas de que a Rússia vencerá a guerra.
"Desde o início da operação militar especial, [...] Kim Jong-un deu instruções para que, sem olhar para ninguém, apoiaríamos e ajudaríamos de forma consistente e potente o exército russo e o povo russo na sua guerra santa", disse a ministra.
A chanceler disse ainda que a Coreia do Norte "permanecerá firme ao lado dos nossos camaradas russos até o dia da vitória". Ela também disse que Moscou e Pyongyang alcançaram um novo nível de relações estratégicas com uma perspectiva de cem anos.
O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, por sua vez, disse que os acordos de parceria estratégica entre os dois países já estão sendo implementados. Segundo ele, os serviços militares e de segurança da Rússia e da Coreia do Norte estão em contato muito próximo.
Em 24 de outubro, a Duma estatal (câmara baixa do parlamento russo) ratificou o acordo de parceria estratégica entre a Rússia e a Coreia do Norte. O documento prevê o fornecimento de assistência militar imediata em caso de ataque armado a um dos dois países. O acordo foi assinado durante a visita do presidente Vladimir Putin a Pyongyang em junho deste ano.
Além disso, o acordo estabelece que a Rússia e a Coreia do Norte criem mecanismos para a realização de atividades conjuntas, destinadas a "fortalecer as capacidades de defesa, no interesse de prevenir a guerra e garantir a paz e a segurança regional e internacional".
A reunião entre Lavrov e a ministra norte-coreana acontece em meio a relatos, publicados inicialmente pela Coreia do Sul, de que a Coreia do Norte estaria enviando tropas para lutar ao lados das forças russas na Ucrânia.
Em meados de outubro, a inteligência sul-coreana publicou um relatório afirmando que 12 mil militares da Coreia do Norte foram enviados à Rússia para realizar treinamento e participar da guerra da Ucrânia. Posteriormente, o Pentágono corroborou com a informação, estimando o número de 10 mil soldados.
O presidente russo, Vladimir Putin, ao ser questionado sobre o assunto durante a coletiva de imprensa na Cúpula do Brics, em Kazan, não confirmou nem negou a informação de que militares norte-coreanos estariam localizados perto da fronteira com a Ucrânia. Ele disse que Moscou "nunca duvidou" de que a liderança da Coreia do Norte "leva a sério" os acordos com a Rússia.
Vladimir Putin fez menção ao acordo de assistência militar entre Moscou e Pyongyang. "O que e como faremos no âmbito deste artigo é da nossa conta", concluiu Putin, sem fornecer mais detalhes.
Edição: Rodrigo Durão Coelho