O PCdoB divulgou, neste domingo (3), um comunicado que oficializa a saída da ex-deputada gaúcha Manuela D'Ávila do partido após 25 anos. "Respeitamos, mas lastimamos tal decisão", diz o PCdoB.
Em entrevista à Veja publicada neste sábado (2), a ex-deputada falou sobre o rompimento: "depois de muito refletir, optei pelo afastamento do partido, por diferenças que debati exaustivamente, em processo longo, que vivi de forma discreta, em respeito à história que construímos juntos", disse.
Segundo D'Ávila, uma das maiores divergências com o partido foi a criação da Federação Brasil Esperança, que abrangeu PT, PV e PCdoB. "Entendia que isso enfraqueceria nossa sigla, que perderia voz nas tomadas de decisão e seria, cada vez mais, relegada a um papel secundário", citou. Ela acrescentou, ainda, que o final da relação "foi como um divórcio muito doloroso".
"Manuela se formou no PCdoB e se integrou ao elenco das lideranças da esquerda e do campo progressista brasileiro. Alcançou esse destaque pela confluência entre suas capacidades, a força e o talento do coletivo militante e a política justa da legenda comunista", afirma a nota do PCdoB. O partido também diz ter empreendido com a política "um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro".
A saída do partido já havia sido anunciada pela própria D'Ávila em entrevista ao ICL. "Sou uma mulher sem partido, por isso posso criticar todos eles", afirmou, à época.
A gaúcha foi vereadora de Porto Alegre em duas ocasiões (2005 e 2007), deputada federal (2007 e 2015), deputada estadual pelo Rio Grande do Sul (2015) e três vezes candidata a prefeita de Porto Alegre. D'Ávila também foi candidata à vice-presidência da República em 2018, com Fernando Haddad.
Edição: Nathallia Fonseca