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Feira de Economia Popular Solidária Antirracista em Porto Alegre (RS) começa nesta quarta-feira (6)

Evento contará com 20 empreendimentos e será realizado na Praça XV, no Centro Histórico da capital gaúcha

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
A economia popular solidária e antirracista pode mostrar na prática como construir uma sociedade diferente - Foto: Divulgação

Com 20 empreendimentos econômicos solidários, tem início nesta quarta-feira (6), a Feira de Economia Popular Solidária Antirracista, em Porto Alegre (RS). A feira segue até sexta-feira (8), na Praça XV, no Centro Histórico, próximo ao Mercado Público. Antecedendo a Feira, acontecerá, nesta terça-feira (5), na sede do Centro de Assessoria Multiprofissional (Camp), às 14h, uma roda de conversa sobre como potencializar uma economia popular solidária antirracista, com a advogada Letícia Lemos da Silva. O projeto é promovido pelo Camp a partir do projeto Produção da Gente e demais parceiros. 

“A Feira de Economia Popular Solidária nasce do exercício que o Camp vem desenvolvendo de realizar ações e atividades que levem as pessoas a refletir e construir ações que possam eliminar o racismo, a partir de rodas de formação e processos de comercialização em feiras desde 2016”, explicou ao Brasil de Fato a educadora do Camp e integrante do Fórum de Mulheres Negras na Economia Popular e Solidária (Fespope), Gilciane Beatriz Aguiar Das Neves, mais conhecida como Gil Neves. 

Conforme complementa a artesã e afroempreededora, Lisbet dos Santos Pinheiro, a Feira se diferencia das demais por ter em suas/seus integrantes pessoas e entidades compromissadas com a luta e a prática do dia a dia para levar igualdade, equidade e direitos para a nossa população negra que em todos os lugares sofre preconceitos e racismo

“Desde as primeiras edições conseguimos fazer o público, que compra de nós, pensar porque uma feira com mais integrantes negros, porque colocar em seus produtos uma valorização deste perfil, no Novembro Negro. Sempre ocorrendo em lugar central da cidade para melhor visibilidade e impacto socioeconômico”, afirma Lisbet, que também é integrante do Coletivo Afroaya, e coordenadora de projetos do Fespope e da loja colaborativa Fespope.

Neste ponto, prossegue a artesã, sendo em lugar central, sempre foi uma feira de boas vendas. “E agora, em que ainda estamos nos reerguendo pós-enchente, ter a possibilidade de uma boa venda e maior contato com o público é essencial”.

Empoderamento 

Pensar o empoderamento econômico da população negra em especial as mulheres negras, pontua Gil, é fundamental para vencer o racismo econômico que a população negra vivencia. “Neste sentido a feira é a melhor ferramenta, pois dialoga diretamente com os consumidores e mostra o trabalho desta população”, reforça a educadora 

Para Lisbet, a economia popular solidária e antirracista mostra na prática como podemos ter uma sociedade diferente do que está posta, mais justa, mais inclusiva, mais igualitária e defensora dos direitos de todos as pessoas.

“A expectativa é de que possamos receber a visita de muitos apoiadores, simpatizantes e consumidores da economia popular solidária, adquirindo produtos e ampliando a renda. Atualmente temos o projeto Produção da Gente, uma parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que dá o suporte para a realização do evento junto a outras parcerias”, finaliza Gil.  

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Vivian Virissimo