O ex-presidente e candidato republicano Donald Trump está próximo de vencer as eleições presidenciais dos Estados Unidos e deve retornar à Casa Branca, marcando a volta da extrema direita ao poder.
Por volta das 2h30 no horário local (4 horas, no horário de Brasília) desta quarta-feira (06), Trump foi considerado vencedor no estado da Pensilvânia e alcançou 267 votos eleitorais, restando apenas 3 para chegar aos 270 necessários para garantir a vitória no Colégio Eleitoral.
Assim, o republicano superou sua rival, a democrata e atual vice-presidenta Kamala Harris, em um dos estados que poderia definir a disputa. Harris, até agora, teria alcançado 224 votos eleitorais. Além da Pensilvânia, Trump também foi considerado vencedor na Geórgia e na Carolina do Norte, outros considerados "estados pêndulo", que ora elegem republicanos, ora democratas.
Outros estados como Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada - considerados "pêndulo" e, portanto, fundamentais para vencer - ainda não chegaram a resultados definitivos. No entanto, o republicano está à frente na apuração em todos os quatro.
Além disso, os três votos eleitorais que restam para alcançar os 270 necessários para vencer devem vir do estado do Alaska, que tradicionalmente vota no Partido Republicano.
Horas depois dos resultados da Pensilvânia, Trump discursou para apoiadores e já falou como "presidente eleito". "Este foi um movimento como ninguém jamais viu e, francamente, foi o maior movimento político de todos os tempos. Nunca existiu algo como isso no nosso país e além", disse.
Extrema direita
Além de significar o retorno do bilionário de ultradireita à presidência após um mandato repleto de escândalos (2016 - 2020), Trump deve se tornar o primeiro presidente na história do país a assumir o cargo após ser condenado na justiça. O ex-mandatário recorre de uma condenação por ter comprado o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniel antes das eleições de 2016.
Trump ainda enfrenta outros processos judiciais como, por exemplo, pela incitação de invasão ao Capitólio em 2020, que marcou o fim do seu mandato.
Apoiado pela ala mais conservadora do Partido Republicano e por figuras famosas da extrema direita como o bilionário Elon Musk, Trump apsotou durante a campanha em um discurso contra migrantes - a quem acusa de "envenenar o sangue do país" - e em rivalizar com Kamala Harris em temas como direito ao aborto e economia.
Na véspera da eleição, o republicano voltou a mencionar uma possível fraude eleitoral, o que suscitou temores de que não reconheceria o resultado em caso de derrota, como fez em 2020 após ser derrotado por Joe Biden.
Em 13 de julho, Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício na cidade de Butler, no estado da Pensilvânia (nordeste). Ele ficou ferido na orelha direita, ao ser alvejado por tiros disparados por um homem que estava em um terraço.
A convenção republicana deixou evidente o domínio de Trump no Partido Republicano. Ele escolheu o jovem senador J.D. Vance como seu companheiro de chapa. Em setembro, o bilionário voltou a ser alvo de outra tentativa de assassinato em seu campo de golfe na Flórida.
Semanas depois, o magnata voltou a Butler para um grande comício ao lado de Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono da rede social X, da Tesla e da SpaceX.
Edição: Leandro Melito