DUREZA

Escolhido por Trump para embaixada em Israel já disse sonhar em ter casa em terra palestina ocupada

Núcleo duro do futuro governo deve ser formado por perfis linha-dura e ideológicos de extrema direira

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Vista da região palestina de Nablus, na Cisjordânia ocupada por Israel - Flickr/ Eyad Abutaha

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (12) o ex-governador de Arkansas Mike Huckabee como embaixador em Israel.

Ele "ama Israel e o povo de Israel e, da mesma forma, o povo de Israel o ama. Mike trabalhará incansavelmente para trazer a paz no Oriente Médio!", disse Trump por meio de comunicado.

Huckabee, que foi governador do Arkansas de 1996 a 2007, foi duas vezes candidato presidencial republicano e é pai de Sarah Huckabee Sanders, atual governadora do estado e ex-secretária de imprensa da Casa Branca de Trump. Ele é um defensor declarado dos assentamentos; em 2018, disse que sonhava em construir uma "casa de férias" na Cisjordânia ocupada por Israel.

Os assentamentos judeus em terras palestinas são considerados ilegais pelas leis internacionais e um os principais obstáculos para um acordo de paz. Cerca de meio milhão de judeus vivem em mais de 130 assentamentos no território palestino da Cisjordânia.  

Gabinete

Os nomes que vão compor o gabinete de governo de Donald Trump indicam que ele escolherá perfis linha dura para os postos mais importantes. O congressista republicano Mike Waltz, ex-oficial das Forças Especiais, será assessor de Segurança Nacional da Casa Branca. Trump também já anunciou nomes para a Organização das Nações Unidas (ONU), Meio Ambiente e Imigração.

Trump descreveu Waltz como "um especialista nas ameaças representadas por China, Rússia, Irã e o terrorismo global". Em 2023, Waltz apresentou um projeto de lei para autorizar o uso do exército contra os cartéis de drogas mexicanos, que ele acusa de tráfico de fentanil, um opioide sintético que causa estragos nos Estados Unidos.

Segundo a imprensa local, Trump escolherá o influente senador latino Marco Rubio como chefe da diplomacia. Defensor de uma linha muito dura contra China e Irã, o senador de 53 anos copresidiu até agora a comissão de inteligência no Senado.

É esperado que ele nomeie, ainda, a governadora de Dakota do Sul Kristi Noem, uma leal escudeira, para dirigir o Departamento de Segurança Nacional, responsável pelas alfândegas e fronteiras e atualmente comandado por Alejandro Mayorkas. Ela foi considerada por algum tempo uma possível candidata à vice-presidência, mas suas chances desabaram quando ela contou ter matado sua cachorra com um tiro porque ela era "indomável".

Edição: Rodrigo Durão Coelho