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Jornal britânico 'The Guardian' abandona X de Elon Musk: 'Ambiente tóxico'

Veículo considera rede social repleta de 'conspirações de extrema direita e racismo'; Musk ganha cargo no governo Trump

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Jornal britânico divulgou decisão nesta quarta-feira (13) com validade imediata. Veículo considera rede social "tóxica" - Reprodução / The Guardian

O jornal britânico The Guardian anunciou que, a partir desta quarta-feira (13) não postará qualquer conteúdo na rede social X (antigo Twitter) do bilionário Elon Musk. A decisão vale para todas as contas do veículo na plataforma.

"Achamos que os pontos positivos de estar no X agora são menores que os pontos negativos, e que os recursos poderiam ser melhor utilizados para promover o nosso jornalismo em outro lugar", declarou o jornal.

Para o Guardian, o X se tornou "um ambiente tóxico", e Elon Musk, dono da rede social, "usou da sua influência para manipular discursos políticos", referindo-se a última eleição presidencial nos EUA, em 5 de novembro.

Durante os meses de corrida presidencial, Musk foi um fervoroso apoiador de Donald Trump, doando bilhões de dólares para a campanha do republicano, e usando a própria rede social como epicentro de desinformação na campanha eleitoral dos EUA.

Esta decisão "é algo que estamos considerando há algum tempo, dado os conteúdos perturbadores promovidos pela plataforma, incluindo conspirações de extrema direita e racismo", acrescentou o jornal britânico.

"As mídias sociais podem ser importantes ferramentas para organizações jornalísticas, pois ajudam a alcançar novas audiências, mas, nesse ponto, o X tem um papel diminuto na promoção do nosso trabalho", finalizou.

Na descrição da conta principal do veículo aparece a mensagem "essa conta foi arquivada. Nos siga em theguardian.com ou baixe o nosso aplicativo". Os usuários ainda poderão compartilhar os artigos já publicados nas contas do The Guardian, e os próprios artigos mencionarão postagens no X, quando necessário.

Musk ganha um cargo

O republicano eleito divulgou na última terça-feira (12) que o bilionário Elon Musk, dono de empresas como a própria rede social X, a fabricante de carros Tesla e a empresa aeroespacial SpaceX, será o chefe do novo "Departamento de Eficiência Governamental", que, segundo Trump, terá como objetivo regular empresas.

Ainda não foram revelados detalhes específicos sobre o plano, e há dúvidas sobre como Musk irá dirigir essa nova agência, especialmente considerando suas funções à frente de suas próprias empresas. Como elas interagem em diferentes graus com o governo dos Estados Unidos e estrangeiros, sua nova posição também levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.

Mas o que, atualmente, se tornou um casamento político e empresarial, já foi lugar de desavenças.  Quando Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima em 2017, Musk renunciou a dois conselhos de consultores presidenciais, em protesto. Agora, tornou-se o principal apoiador de Trump, dedicando-se para que o republicano retornasse à Casa Branca.

Estima-se que Musk tenha investido mais de US$ 100 milhões (R$ 580 milhões) em prol da reeleição de Trump. Um valor pequeno em comparação com sua fortuna pessoal, estimada em US$ 300 bilhões (R$ 1,73 trilhão).

*Com AFP

Edição: Rodrigo Durão Coelho