Um ataque da Rússia atingiu um prédio residencial na cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, e deixou 11 mortos, incluindo duas crianças. O ataque aconteceu na noite deste domingo (17) e também deixou mais de 80 feridos. Outras oito pessoas morreram em ataque contra a cidade portuária de Odessa, segundo autoridades ucranianas. Enquanto isso, o Ministério de Defesa da Rússia afirma que destruiu 59 drones ucranianos na madrugada desta segunda-feira, dois deles, dirigidos a Moscou.
A escalada no conflito acontece após uma reportagem do jornal The New York Times afirmar que os Estados Unidos teriam autorizado a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra o território russo.
O presidente ucraniano Volodymir Zelensky afirmou o seguinte: "Essas coisas não são comunicadas, os mísseis vão falar por si". Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o governo dos Estados Unidos está colocando “lenha na fogueira”.
Segundo o correspondente do Brasil de Fato na Rússia, Serguei Monin, até a manhã desta segunda-feira (18), os Estados Unidos ainda não haviam se posicionado oficialmente sobre a questão:
“O vice-assessor do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos conversou com jornalistas, e questionado sobre isso, saiu pela tangente. Ele nem confirmou nem negou, disse que não endossa a autorização ou não-autorização em relação a esse tipo de operação. E reforçou também que a culpa sobre a escalada de tensão no conflito recai sobre a Rússia. Então você tem uma troca de acusações entre Rússia e Estados Unidos em relação às consequências e causas do conflito”, relata.
A imprensa internacional está noticiando que a decisão de Joe Biden vem como resposta a uma suposta participação de tropas da Coreia do Norte auxiliando a Rússia na Guerra da Ucrânia.
“O que se sabe sobre a Coreia do Norte também são alegações da inteligência ocidental da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, principalmente, dizendo que tropas norte-coreanas estariam sendo treinadas na Rússia para serem enviadas à região de Kursk, onde a Ucrânia fez uma intervenção nos últimos meses e, na prática, adentrou no território russo. A guerra já está em território russo na região fronteiriça de Kursk. O interessante é que nesse meio tempo foi costurado um acordo militar entre Rússia e Coreia do Norte que, em caso de uma ameaça a uma das partes vinda de algum outro país, de um outro bloco, esses países poderiam se utilizar dessa cooperação militar para defender o outro, no caso, Rússia e Coreia do Norte. Então é interessante observar que essa suposta ameaça pode estar vindo agora, com a autorização de mísseis de longo alcance. Nesse sentido, tem risco de escalada”, avalia Monin.
Um possível desdobramento é a entrada dos Estados Unidos e da Otan no conflito.
“Sem dúvida essa é uma das situações mais delicadas da guerra. Lembrando que [a autorização para uso de mísseis de longo alcance] é uma demanda da Ucrânia de meses atrás, quando o presidente ucraniano Volodymir Zelensky foi aos Estados Unidos pleitear essa autorização. Foi bem no momento em que o presidente russo Vladimir Putin fez uma declaração muito contundente dizendo que se isso for utilizado, vai significar uma entrada direta dos Estados Unidos e da Otan no conflito entre a Rússia e a Ucrânia; por isso, é um risco muito grande”, explica.
A entrevista completa está disponível na edição desta segunda-feira (18) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.
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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.
Edição: Martina Medina