A bancada do Psol na Câmara dos Deputados protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Walter Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.
O pedido tem como base informações da Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF), que revelou o plano um golpe de Estado que tinha o objetivo de impedir a posse de Lula. Uma das etapas do golpe seria o assassinato do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin. Segundo a PF, parte das ações foi arquitetada em um encontro na casa de Braga Netto.
"O que começou como uma reunião – na casa do Sr. Braga Netto, é bom pontuar – poderia ter concretizado coisas terríveis: o grupo chegou a se posicionar nas ruas de Brasília para uma 'ação clandestina', que teria como alvo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes", informa o documento protocolado pelos psolistas.
"As evidências que temos até agora já demonstram que estamos lidando com uma organização criminosa que busca incentivar atentados e planejar assassinatos de altas autoridades da República", afirma a deputada Erika Hilton, líder do Psol na Câmara.
Até o momento, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 outras medidas cautelares, como a proibição de manter contato com os demais investigados e de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas. Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
Entre os alvos da operação, estão pelo menos quatro militares, entre eles o general da reserva Mario Fernandes, um dos homens de confiança de Bolsonaro no Planalto, tendo ocupado o cargo de Autoridade de Monitoramento da Lei de Acesso à Informação, função ligada à Secretaria-Geral da Presidência da República. Também constam na lista de investigados os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo; e o policial federal Wladimir Matos Soares.
"As lideranças desse grupo ainda estão livres e capazes de promover mais crimes e atrapalhar as investigações. Não tem como admitirmos, enquanto sociedade, que criminosos como estes estejam livres, dentro da política e ainda pleiteando anistia", diz Hilton.
Edição: Nicolau Soares