Relatório

PF: em áudio, Mauro Cid disse a general que agronegócio pressionou Bolsonaro por 'consumação do golpe'

Tenente-coronel contou, ainda, que o ex-presidente estaria trabalhando na minuta do decreto do golpe

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Mauro Cid afirmou que a pressão é “para tomar medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as forças, né?” - Lula Marques/Agência Brasil

De acordo com o relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (26), o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o agronegócio fez pressão “pela consumação do golpe.”

A afirmação ocorreu no dia 22 de dezembro de 2022, quando Mauro Cid enviou um áudio ao general Freire Gomes, utilizando o aplicativo UNA, para contar que Jair Bolsonaro receberia pressão pelo golpe de alguns setores da sociedade.

“É cara do agro. São alguns deputados, né? É né... Então é a pressão que ele tem recebido é muito grande”, afirmou Cid ao general Freire. Antes, afirmou que a pressão é “para tomar medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as forças, né?”, concluiu, em referência às Forças Armadas.

Na sequência, Cid explica que Bolsonaro estaria trabalhando na minuta do decreto que embasaria o golpe de Estado no país. "É hoje o que que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto né? Aqueles considerandos que o senhor viu, e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é, resumido, né?"


Parte do relatório / Foto: Reprodução/STF

Edição: Martina Medina