AfirmaSUS

Programa quer aumentar diversidade étnico racial nas profissões da saúde

Iniciativa deve abranger 100 universidades e reserva 25% das vagas para instituições da Amazônia Legal

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Anúncio reuniu o presidente Lula, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e outros membros do governo - Ricardo Stuckert/PR

O Ministério da Saúde anunciou ações que devem beneficiar 100 universidades até 2025 para apoio à permanência de estudantes, com objetivo de ampliar a diversidade étnico racial de profissionais da área. 

De acordo com informações da pasta, o programa Afirma SUS terá investimento anual previsto é de R$ 13,6 milhões. A política também reserva 25% das vagas para instituições da Amazônia Legal. 

O principal foco é garantir diversidade na composição da força de trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os níveis, com fortalecimento da equidade do acesso à formação

Parte de um pacote de medidas para combater o racismo na saúde pública, o AfirmaSUS conta com uma base de avanços já colocados em prática por meio de ações afirmativas nos editais do Ministério da Saúde. 

Outras políticas 

O pacote anunciado pela pasta prevê ainda investimentos na assistência farmacêutica para pessoas com doença falciforme. A doença afeta majoritariamente a população preta e parda e tem maior prevalência em estados como Bahia, Distrito Federal e Minas Gerais. 

Uma das principais medidas desse campo é a melhoria do diagnóstico e da segurança do tratamento entre crianças. Entre 2014 e 2020, foram diagnosticados, em média, 1.087 novos casos pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal. 

Também serão contempladas ações para a população quilombola, com financiamento adicional para Equipes de Saúde da Família que atendem essas comunidades. O investimento será de R$ 100 milhões. 

Em busca de dados 

Para assegurar a prática das políticas previstas no pacote, o Ministério da Saúde informou que realizará um diagnóstico sobre a qualidade dos registros de raça/cor nos sistemas de informação do SUS. 

O objetivo é padronizar os dados e diminuir problemas históricos e estruturais na coleta de informações. A pasta já realizou um levantamento em mais de 2,5 mil municípios para monitorar a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. 

Ainda entre as ações previstas no pacote de medidas, está a implementação do Observatório para a Saúde da População Negra na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz). 

A iniciativa deve começar a funcionar no primeiro semestre do ano que vem e vai monitorar continuamente a aplicação de políticas públicas voltadas para a população negra. 
 

Edição: Nathallia Fonseca