A ganância do agronegócio e de empresas exploradoras, em busca de mais e mais dinheiro, faz avançar o desmatamento das florestas e a destruição da natureza. Muito agrotóxico está sendo jogado na terra, nos rios, na natureza como um todo, e chega no corpo de cada um de nós. Esse desequilíbrio gera catástrofes como a que o povo do Rio Grande do Sul sofreu esse ano. Foram muitas outras por todo o mundo.
A sociedade está adoecida. O número de câncer aumenta cada vez mais, justamente por esse modelo de agricultura do agronegócio e pela lógica do sistema capitalista, que visa o lucro acima de tudo.
Dizem que usam veneno e desmatam para produzir mais comida, e milhões de pessoas passam fome, em todo o mundo. Essa é a grande contradição do agronegócio.
Se os seres humanos não mudarem o jeito de se relacionar com a Terra e com o meio ambiente, a tendência é a crise ambiental se tornar uma bomba contra a raça humana e contra todo o planeta.
Para mudar esse rumo de destruição, precisamos de uma nova matriz tecnológica para a agricultura brasileira e mundial. Ela se chama agroecologia, e está na agenda principal do MST, como parte do nosso Programa por uma Reforma Agrária Popular. E também é defendida e praticada por muitas outras organizações, movimentos e povos. É a luta e a prática de uma agricultura saudável, um modo de vida diferenciado, que respeita a natureza e os seres humanos.
Queremos que o governo federal apoie a implementação da agroecologia, com crédito especial para quem produz sem agrotóxico e cuida da natureza.
Lutar por uma mudança na forma de produzir alimentos é devolver o futuro para o nosso planeta. Por isso, é também garantir a nossa própria vida e dos que virão.
* Valdemar Batista é produtor agroecológico morador do Assentamento 8 de Abril, em Jardim Alegre, e integrante da direção nacional do MST pelo Paraná