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Documentário ‘Caboclos de Pedra’ destaca afro religiosidade no Vale do Aço, em Minas Gerais

Filme disponível gratuitamente retrata rituais do Candomblé de Angola

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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Religiosidade de matriz africanaé retratada no filme - Nilmar Lage/Divulgação

O documentário Caboclos de Pedra, dirigido por Nilmar Lage e Makota Wulangana (Ana Luíza Drummond), trata sobre as tradições do Candomblé de Angola em Coronel Fabriciano, município da região mineira do Vale do Aço. Os cultos, o sagrado e os mistérios envoltos na religiosidade são explorados de forma a trazer para o espectador a vivência dos praticantes. 

Disponibilizado gratuitamente neste link, o filme aborda a resistência dos povos de religiões de matriz africana, apesar das adaptações impostas pela modernidade, que fizeram com que algumas das práticas se alterassem. 

Um dos exemplos é a Macaia, ritual de incorporação no qual os incorporadores eram colocados em buracos na terra e cobertos de folhas. Tatetu Aladey, Zelador de Nkises, conta no documentário que a prática antiga é diferente de tudo o que é visto hoje em dia. 

“Hoje em dia ninguém mais faz. E não faz não é porque não existe conhecimento, porque eu passei por ela [Macaia], mas, no nosso mundo de hoje, não tem como a gente fazer. Como que você vai no mato, abre um buraco no mato, cobre a pessoa de folha, cobre de terra e deixa a pessoa passar a noite lá?”, indaga. 

Um dos grandes destaques do documentário é a figura do Caboclo da Pedra, que fez parte do desenvolvimento de Tatetu Aladey e é um dos pilares espirituais da afro religiosidade local, fazendo com que os adeptos à religião valorizem a natureza da cidade, que é cercada por grandes pedreiras. Isso destaca o papel da região em relação à preservação do meio ambiente, que é sagrado para as religiões de matriz africana. 

Candomblé de Angola

O Candomblé de Angola é uma religião de matriz africana originária das regiões de Congo e Angola, na África. Suas divindades são chamadas de Nkises e se assemelham aos Orixás do Candomblé Ketu, mais popularizado no Brasil. Entre os fundamentos da religião há o respeito à ancestralidade e à natureza em todas as suas formas. 
 

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Ana Carolina Vasconcelos