A candidata do partido governista de centro-esquerda Swapo (Organização do Povo do Sudoeste Africano) e atual vice-residenta da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, venceu as eleições presidenciais de 27 de novembro e foi eleita com 57% dos votos dos mais de dois milhões de habitantes do país.
A informação foi confirmada pela comissão eleitoral da Namíbia na última terça-feira (3). "A nação namibiana votou pela paz e estabilidade", disse Nandi-Ndaitwah após ser declarada presidente eleita – a primeira mulher a ocupar o cargo.
Nandi-Ndaitwah passou de ministra das Relações Exteriores para vice-presidenta em fevereiro deste, após o falecimento do então presidente Hage Geingob. Ela será a quinta presidente do país.
O segundo colocado na corrida eleitoral - Panduleni Itula, do partido Patriotas Independentes pela Mudança (IPC) -, conseguiu somente 26% dos votos. O candidato derrotado e o IPC disseram que contestarão os resultados "profundamente falhos". O comparecimento dos quase 1,5 milhão de eleitores registrados foi de 77%.
Swapo no governo desde a independência
Atual vice-presidente, Nandi-Ndaitwah era considerada a favorita antes da votação, pois nas eleições representa o Swapo, partido que domina a política da Namíbia desde a independência da ex-colônia alemã, em 1990.
Após anos em vários cargos de liderança, incluindo o de ministra das Relações Exteriores, ela se tornou uma figura conhecida e popular no país e no exterior. No entanto, os níveis de apoio da Swapo caíram nos últimos anos – principalmente em meio às frustrações econômicas e com a corrupção do governo –, levando a uma campanha mais competitiva do que o habitual para o país.
Na eleição presidencial de 2014, a Swapo teve quase 87% dos votos na eleição presidencial, enquanto em 2019, esse índice foi de 56%. A Namíbia vem lutando contra altas taxas de desemprego entre os jovens, uma questão que a presidente eleita prometeu resolver com investimentos em energia verde, agricultura e infraestrutura.
Oposição quer contestar resultados
Além da Presidência, a população namibiana votou por um novo Parlamento no dia 27 de novembro. A Swapo conquistou 51 das 96 cadeiras eleitas e voltará ao governo, enquanto o IPC conquistou 20 cadeiras e se tornará a oposição oficial.
A votação foi prejudicada por problemas técnicos e falta de cédulas, o que levou a resultados atrasados, já que a votação precisou ser estendida em diversas regiões do país.
O IPC alegou que esses contratempos foram uma tentativa deliberada de frustrar os eleitores e já havia dito que não aceitaria os resultados, independentemente do que eles mostrassem.
*Com Deutsche Welle
Edição: Rodrigo Durão Coelho
