O Observatório Paraibano Antirracismo lançou uma nota nesta quarta-feira (4) repudiando o texto de opinião publicado na coluna do jornalista Abelardo Jurema, onde o autor discorre sobre a importância da ‘consciência humana’ no que diz respeito ao Dia da Consciência Negra.
A entidade argumenta que o jornalista tratou o Dia da Consciência Negra de forma desdenhosa, desconsiderando sua importância histórica. A crítica é direcionada à falta de conhecimento sobre o significado da data, que celebra a resistência de Zumbi dos Palmares contra a escravidão, e busca promover a reflexão sobre o racismo no Brasil.
A Lei 14.759/2023 estabelece o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado nacional, e é vista como uma reparação histórica para a população negra, que representa 56,7% da população brasileira.
O texto denuncia a perpetuação do racismo, inclusive no ofício de jornalistas que aparentam usufruir de ‘ignorância colonial’.
“Zumbi do Palmares, que lutou e resistiu contra a escravidão, e hoje, mais do que nunca, precisamos referendar toda essa luta, para que cada vez mais tenhamos uma sociedade que vislumbre a equidade racial”, diz a nota.
Leia a nota:
Escurecendo os fatos!
O Observatório Paraibano Antirracismo vem a público repudiar o texto de opinião do jornalista Abelardo Jurema, quando este senhor, se refere ao Dia da Consciência Negra com a maior falta de consciência e conhecimento da história do nosso país. Ao expressar sua opinião sobre o Dia da Consciência Negra, tratando de forma diminuta, como um simples fator de feriado, demonstra não somente a falta de conhecimento, como também a visão de uma ignorância colonial nos dias de hoje.
A Lei 14.759/2023, que declara o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado nacional, traz a oportunidade para que a sociedade possa refletir sobre a questão do racismo. Essa data fala de liberdade e da resistência de Zumbi do Palmares, que lutou e resistiu contra a escravidão, e hoje, mais do que nunca, precisamos referendar toda essa luta, para que cada vez mais tenhamos uma sociedade que vislumbre a equidade racial.
A lei chega também como reparação histórica de um povo que foi escravizado, sendo o Brasil o país com a maior população negra fora do continente africano, e cuja população brasileira, de acordo com dados do Censo Demográfico (IBGE/Pnad) do segundo trimestre de 2024, corresponde a 56,7% da nossa população. Esta data é de grande significância para o povo que constitui a nação brasileira e está para além de um simples fato de ser mais um feriado. Traz em si o olhar para um povo que foi escravizado, e até os dias de hoje é, através da reprodução e perpetuação de práticas racistas no seio da sociedade.
Desta forma, há de ser se perguntar o porquê de tal estranhamento sobre a legitimidade de um ato de referendar o povo negro. Isso só demonstra o quanto ainda temos que avançar enquanto sociedade. O fato é que, apesar dos esforços de uma sociedade consciente, a inconsciência da branquitude ainda prevalece para se dar ao luxo de desdenhar do feriado nacional do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Por fim, ressaltamos que compreender a dimensão das questões das relações étnico-raciais, e da memória de um povo e da sua contribuição para o desenvolvimento do Brasil, não é para todos!
Coordenação Executiva do Observatório Paraibano Antirracismo
João Pessoa, 03 de dezembro de 2024
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Fonte: BdF Paraíba
Edição: Cida Alves