Uma manifestação será realizada na próxima segunda-feira (9) contra a escalada da letalidade policial registrada neste ano, no estado de São Paulo. Convocado pela União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMM- SP), o ato ocorrerá nas escadarias da Praça da Sé, na região central da capital, às 15h30.
“Enquanto a violência policial em São Paulo atinge números macabros, o secretário de Segurança Pública atua para desmontar a Ouvidoria de Policiais, e o número de jovens negros assassinados atinge recordes no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). É preciso exigir uma atuação rápida do Ministério Público para frear a política de morte do governador e de seu secretário. Por isso, organizamos o Ato União pela Paz, pois a estamos prestes a assistir a uma convulsão social se essa política de carnificina não for parada já”, diz Graça Xavier, presidenta da entidade.
De acordo com o advogado da organização, Benedito Roberto Barbosa, os integrantes dos movimentos de moradia discutem há meses o crescimento do número de civis mortos pela Polícia Militar nas periferias.
“Para piorar, mais recentemente, em atos violentos da polícia, um menino de quatro anos foi morto, um rapaz foi jogado pela ponte e um outro executado pelas costas com onze tiros, porque estava furtando sabão em pó. Além disso, as invasões da polícia nas favelas e nas ocupações trazem como vítimas das balas perdidas dezenas de pessoas inocentes. Por isso, organizamos essa mobilização, pois a violência policial atinge as periferias onde estamos trabalhando, nas zonas Sul, Leste e Oeste da cidade”, afirma.
Evaniza Rodrigues, uma das organizadoras do ato, explica que, após a manifestação na Sé, os manifestantes devem se dirigir à sede da Secretaria de Segurança Pública, na Praça Ouvidor Pacheco e Silva, e depois ao Ministério Público. “Nós entendemos que cabe ao Ministério Público cobrar uma atuação mais firme no controle da atividade policial. Faremos o que for preciso para exigir mudanças urgentes”, diz Evaniza.
Os dados mostram que do início de janeiro ao dia 3 de dezembro deste ano, 712 pessoas foram mortas por policiais militares do estado de São Paulo, segundo informações do Ministério Público.
O número já representa 54,8% a mais do que o registrado ao longo de todo o ano passado, quando 460 pessoas morreram. Em comparação com o mesmo período de 2023, quando 409 mortes foram registradas, o aumento observado neste ano é de 74%.
Dos assassinatos registrados até agora, 608 foram praticados por policiais no horário de serviço, e 104 por agentes em folga. O total representa uma média de duas pessoas mortas pela polícia paulista por dia.
Edição: Rodrigo Gomes