Na tarde desta terça-feira (10), manifestantes se uniram nas ruas de várias cidades do país para os atos convocados pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o tema "sem anistia". A mobilização nacional une diversos temas democráticos e de interesse da classe trabalhadora e é realizada em um momento crucial, com investigações apontando o envolvimento de lideranças políticas e militares em uma tentativa de golpe que culminou nos ataques de 8 de janeiro.
"A gente acredita que a defesa da democracia é absolutamente essencial se nós quisermos construir um país justo, fraterno, com igualdade social", diz a professora Sandra Caballero, diretora do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de São Paulo (SinproSP).
Na avaliação de Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, a mobilização organizada nesta terça-feira deve ser ampliada em 2025. "É fundamental sairmos às ruas. Estivemos por um milímetro de sofrer mais um golpe militar neste país e é necessário exigirmos punição a quem planejou, a quem financiou e a quem iria executar o golpe", diz.
Em São Paulo, os manifestantes se encontraram na avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), com a presença de representantes de movimentos populares e entidades políticas, como o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Levante Popular da Juventude.
"A gente sabe também que essa tentativa de golpe estava a serviço de impedir que as lutas do povo trabalhador se expressassem nas reivindicações das eleições. Então, é importante que os movimentos sociais assumam essa batalha", ressalta Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Embora os atos tenham como tema central o pedido de punição para os envolvidos na tentativa de golpe militar no Brasil, juntaram outras pautas democráticas de interesse da classe trabalhadora, como apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pede o fim da escala de trabalho 6x1.
"Muito importante a luta pelo fim da escala 6x1 e a luta contra todo tido de retrocesso, como a PEC 164, que ameaça o direito ao aborto legal no Brasil", finaliza Lisboa.
Edição: Thalita Pires