mobilização nacional

'Sem anistia para golpistas': ato reúne movimentos no centro do Rio

A convocatória nacional foi feita pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
No Dia dos Direitos Humanos, ato reuniu manifestantes no Largo da Carioca, região central da capital fluminense - Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

No Dia dos Direitos Humanos, celebrado nesta terça-feira (10), movimentos populares realizaram atos para exigir o julgamento e a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de 36 indiciados envolvidos na trama golpista revelada pela Polícia Federal, em que planejavam assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Na capital fluminense, a instabilidade do tempo não desanimou os manifestantes. A concentração aconteceu no Largo da Carioca com caminhada até a Praça XV, na região central da cidade.

Entre as entidades estavam Central Única dos Trabalhadores (CUT), Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Sindical dos Trabalhadores (CST), Levante Popular da juventude e Afronte. Também compareceram representantes de partidos políticos como o PT, PCdoB, Psol e Unidade Popular (UP).

Isabel Ferreira é professora aposentada e veio da cidade de Maricá, na região metropolitana, para participar da manifestação. Para ela, é muito importante a população se mobilizar para pressionar que a justiça seja feita. 

"Todo mundo está reclamando das injustiças, das coisas erradas e gravíssimas que aconteceram, como o projeto de assassinar o presidente e outras autoridades. Acho que é preciso muita união e muito povo na rua pra gente reverter o que essa direita estava querendo acabar", disse. 


Isabel Ferreira é professora aposentada e veio da cidade de Maricá / Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

A vereadora eleita da capital fluminense Maíra do MST (PT) também esteve no ato. Na avaliação da historiadora, a punição dos que atentaram contra a democracia se faz urgente, principalmente para evitar que o passado se repita. 

"Há uma tendência no nosso sistema político de não responsabilização dessa extrema direita. Quando a gente fala da questão do golpe militar de 64, uma transição que foi inacabada, esse sentimento golpista protagonizado, sobretudo pelos setores militares, segue muito presente ainda hoje e necessita de uma resposta da justiça para que o passado não se repita", ponderou.

Na mesma linha, o deputado estadual Flávio Serafini (Psol) avaliou que a consolidação da democracia está atrelada à punição dos que conspiraram contra o regime. 

"O Brasil, para se consolidar como democracia, precisa punir os golpistas, precisa punir aqueles que conspiraram contra as eleições, espalharam mentiras, notícias falsas, tentando criar um clima de descrédito no processo eleitoral para enfraquecer e derrotar a nossa democracia", destacou o parlamentar.

No estado do Rio de Janeiro, as manifestações estavam previstas nos municípios de Nova Friburgo, na região serrana, e em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. 

Pautas

As manifestações, realizadas em aproximadamente 50 cidades brasileiras em pelo menos 18 estados e no Distrito Federal, juntaram uma série de outras pautas que se conectam com a democracia e a defesa dos direitos dos trabalhadores. 

Um dos focos de reivindicação é o fim da jornada de trabalho de 44 horas semanais e 6 dias por semana (a escala 6 por 1). Outro alvo do protesto foi a PEC do Estupro, que visa retirar os direitos das mulheres ao aborto, em tramitação na Câmara Federal. Manifestantes pediram, ainda, a valorização do salário mínimo e das aposentadorias, a taxação dos super ricos e o fim do genocídio contra a população negra.  

A convocatória nacional foi feita pelas frentes de organizações Brasil Popular (que inclui PT, CUT, MST e outras) e Povo Sem Medo (MTST, Psol e outras).

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Vivian Virissimo