O governo de Israel aprovou, neste domingo (15), um projeto do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para duplicar a população na parte do território sírio das Colinas de Golã que o país ocupou e anexou, segundo um comunicado do gabinete do chefe de governo israelense.
"O governo aprovou por unanimidade o projeto do primeiro-ministro Netanyahu de desenvolvimento demográfico das localidades do Golã e da [cidade de] Katzrin por uma soma de 40 milhões de shekels [R$ 67 milhões]", diz o comunicado.
"Partindo da guerra e da nova frente na Síria e da vontade de duplicar a população do Golã [...], trata-se de uma decisão que reforça as localidades do Golã e do Estado de Israel", acrescentou o texto.
Após a queda de Bashar al Assad, deposto do poder pelos rebeldes em 8 de dezembro, Netanyahu afirmou que a parte das Colinas de Golã anexada por Israel pertencia a seu país para sempre. A Arábia Saudita condenou neste domingo o projeto israelense e denunciou uma "sabotagem" das "oportunidades de restaurar a segurança e a estabilidade da Síria".
Cerca de 30 mil cidadãos israelenses vivem em 34 localidades das Colinas de Golã anexado por Israel, aos quais se somam 23 mil drusos, uma comunidade cuja religião surgiu do islamismo, mas que em sua maioria se reivindica como síria, ao mesmo tempo que residentes de Israel.
Israel conquistou uma parte das Colinas de Golã, no sudoeste da Síria, durante a guerra israelense-árabe de 1967, antes de anexar esse território em 1981. A ocupação é considerada ilegal e condenada pela ONU.
Faixa de Gaza
Pelo menos 45.028 pessoas foram mortas e 106.962 ficaram feridas em ataques israelenses em Gaza desde 7 de outubro de 2023, diz o Ministério da Saúde do enclave. Destes, 52 palestinos foram mortos e 203 ficaram feridos no último período de 24 horas, acrescentou o ministério.
Entre os mortos por Israel no domingo, constam um jornalista da rede Al Jazeera e três socorristas. A emissora do Catar condenou no domingo a morte de um de seus jornalistas em um ataque israelense contra o território palestino, classificando o ocorrido como um "assassinato seletivo", segundo nota publicada em seu site.
"A Al Jazeera Media Network condena nos termos mais enérgicos o assassinato de seu cinegrafista, Ahmed Baker al Louh, de 39 anos, pelas forças de ocupação israelenses. Ele foi brutalmente morto em um ataque aéreo contra um posto da Defesa Civil na área do mercado do campo de refugiados de Al Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza", declarou a rede.
*Com The Guardian, Al Jazeera e AFP
Edição: Nathallia Fonseca