Preventiva

Policiais militares e civis de São Paulo são presos por extorsão contra comerciantes do Brás

Os agentes vinham exigindo pagamento periódico para permitir a atividade das vítimas na região

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Brás: uma das testemunhas relatou que, recentemente, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar a sua permanência na região - Paulo Pinto/Agência Brasil

Uma operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (16) para desarticular uma organização criminosa dedicada a extorquir comerciantes no Brás, em São Paulo. De acordo com o Ministério Público estadual, membros das polícias Militar e Civil faziam parte do esquema.  

No total, a Operação Aurora cumpriu 15 mandados de prisão preventiva, incluindo a de seis policiais militares, e 20 mandados de busca e apreensão contra cinco pessoas jurídicas e 15 pessoas físicas. Oito empresas e 21 pessoas também tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados. 

Segundo o MP, a operação começou depois que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) recebeu um ofício da Corregedoria com a informação de que policiais vinham “exigindo e recebendo pagamentos periódicos para permitir a atividade das vítimas na região”.  

Parte dessas vítimas é de “imigrantes de países da América do Sul e não possuem acesso a linhas de crédito, se vendo obrigados a procurar agiotas para obter dinheiro e repassar aos criminosos”. Os agiotas, por sua vez, “usavam dos serviços dos mesmos policiais militares para cobrar, de forma violenta, os inadimplentes”. 

Uma das testemunhas relatou que, recentemente, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar a sua permanência na região, onde trabalha há seis anos. 

Ao longo das investigações, uma escrivã da Polícia Civil foi flagrada extorquindo e intimidando os comerciantes, “mostrando vínculos profundos com a organização criminosa que ali atua”. 

Edição: Martina Medina