"Cessar-fogo"

Guerrilha colombiana ELN anuncia trégua para festividades; Petro diz que 'fim da guerra é propósito nacional para 2025'

Iniciativa repete feito de anos anteriores e foi divulgada também pelo governo da Colômbia

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
O ELN foi criado em 1964 sob inspiração da Revolução Cubana e da Teologia da Libertação - Daniel Munoz / AFP

O grupo colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou, neste domingo (22), um "cessar-fogo unilateral" por conta da proximidade do Natal. A ideia da guerrilha seria suspender as ações durante o período de fim de ano, de acordo com comunicado divulgado por lideranças dos combatentes e pelo governo Gustavo Petro, com o qual o ELN reiniciou as negociações de paz no mês passado.

Segundo as informações divulgadas pela guerrilha na rede social X [antigo Twitter], a trégua terá início a 0h [2h no horário de Brasília-DF] desta segunda-feira (23) e segue até à 0h de 3 de janeiro. O grupo afirma que a iniciativa seria um "gesto de paz com o povo colombiano" por conta do período natalino e que sua tropa estaria instruída a "não realizar operações militares ofensivas contra as Forças Armadas do Estado". A decisão não é inédita, tendo sido tomada pelo ELN também em anos anteriores.

O presidente colombiano também comentou o assunto por meio de sua conta no X, afirmando que "o fim da guerra é o propósito nacional para 2025". 

A retomada das tratativas entre Petro e a guerrilha havia sido suspensa em setembro, quando um grupo de rebeldes atacou uma base militar e deixou três soldados mortos e 28 feridos. A iniciativa foi vista como uma espécie de ápice das disputas que envolvem o Poder Executivo e o grupo armado, que reúne uma média de 5.800 combatentes na Colômbia.

As tratativas entre ambas as partes começaram no segundo semestre de 2022, quando Petro assumiu a presidência no país, mas os diálogos vivem constante instabilidade política. Ele é o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia. Uma nova fase de negociações está prevista pelo governo para janeiro.

Com AFP

Edição: Geisa Marques